Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 385 de 2007-06-19 |
Possidónio Cachapa, escritor contemporâneo português, nasceu em Évora em 1965. Após 15 anos de vivência em terras alentejanas, partiu para os Açores onde concluiu o ensino secundário. É a sua vivência nos Açores que vai inspirar o romance O Mar Por Cima. Regressou, posteriormente, a Lisboa e licenciou-se em Estudos Portugueses na Universidade Nova de Lisboa em 1990. Aí, colaborou na elaboração de alguns projectos jornalísticos e televisivos de cariz juvenil que não chegou a concretizar.
Partiu para a Suíça, onde viveu durante 6 anos, exercendo a carreira de docente da disciplina de Literatura Portuguesa. Este período foi o responsável pelo “Nylon da Minha Aldeia”, editado em 1997, e “A Voz Terrível”, duas das suas primeiras obras literárias. Estas duas primeiras obras surgem como consequência do empenhamento de uma associação de jovens artistas que pensaram e concretizaram a edição de uma colecção de autores novos.
De regresso a Portugal empenhou-se como assistente de realização, assinando um documentário intitulado Sete Mares, que o levou a percorrer vários países, entre os quais, o Egipto, Israel e a Jordânia. Foi o curso que tirou na Escola Técnica de Imagem e Comunicação (ETIC) que permitiu a Possidónio Cachapa a concretização do sonho de, enquanto homem, olhar o mundo por trás das câmaras.
Trabalhou, ainda, como professor, exercendo a docência da disciplina de Português no Colégio Moderno. Enveredou, depois, pelas aulas de formação no Centro em Movimento (CEM), onde arranjava tempo para dar aulas de escrita e psicopedagogia.
Foi colaborador regular do Jornal de Letras, Artes e Ideias (JL) onde, como diz o próprio, “dizia coisas com as letras todas e, por vezes, as letras não eram bonitas”. Isso foi um choque que segundo Possidónio lhe “criou alguns anti-corpos no meio cultural português, mas, também, criou leitores fiéis”.
Em 1996 ganhou uma bolsa de Criação Literária do Ministério da Cultura que lhe permitiu escrever a obra “Materna Doçura”, editado em 1998. Um romance traduzido em vários países e adaptado, já várias vezes, ao teatro, e cuja adaptação cinematográfica venceu, em 2004, o primeiro lugar no concurso de Apoio à Escrita de Argumento.
Depois de “Materna Doçura” seguiram-se “Viagem ao coração dos pássaros” (romance de 1999), “Shalom” (peça de teatro de 2001), “O Mar por Cima” (romance de 2002), “Segura-te ao meu peito em chamas” (contos de 2004) e “O meu querido Titanic” (crónicas de 2005). Mais recentemente, em 2006, publicou o livro intitulado “Rio da Glória”. Um romance “que brinca com a literatura light, com as diversas igrejas, com a crítica literária, com a visão que muitos brasileiros têm do país colonizador distante, e com vário outros assuntos intocáveis”, nas palavras do autor.
Para além de autor de diversos romances, contos e crónicas, é ficcionista, dramaturgo, encenador de teatro, e fez alguns papéis como actor. Foi o argumentista das longas-metragens “Maria e as Outras” em 2003, e “Kiss Me” em 2004, realizada por António da Cunha Telles.
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