Voltar à Página da edicao n. 380 de 2007-05-15
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: António Fidalgo Directores-adjuntos: Anabela Gradim e João Canavilhas
 

98 Octanas

> Eduardo Alves

O texto é de Fernando Lopes e integra o caderno de apresentação do Festival de Cinema da Covilhã. “98 Octanas” é o nome de uma das produções a concurso na secção de longas-metragens e a sinopse reza assim:
“Ele e ela não se conhecem. Algures, numa área de serviço da auto-estrada Lisboa-Porto, ele pára para descansar. Ela também lá está e parece tão à deriva quanto ele: é um encontro fortuito que talvez não tenha nada de fortuito. Quase sem palavras, partem os dois no carro dele. Sucedem-se as áreas de serviço, os motéis, as conversas e os silêncios, as revelações e os mistérios. Ele e ela desenham o mapa de uma aventura interior cujo destino ambos desconhecem. Em todo o caso, ela espera que ele a conduza a um lugar primordial, quase mítico: a casa da avó. Na sua solidão, cada um deles pode, pura e simplesmente, perder-se… ou talvez não, encontrar o outro.
A viagem de 98 Octanas faz-se de uma dupla geografia. Percorrendo o País através de sucessivas áreas de serviço, Dinis e Maria são náufragos de um tempo cuja violência conhecem demasiado bem, mesmo se não sabem que palavras dizer ou que gestos executar para resistir a todas as suas manifestações quotidianas. Utopicamente (mas eles já não sabem o que seja a utopia), seriam um par romântico entregue ao fascínio do seu próprio enigma. Na verdade, deslocam-se em direcção a esse ponto de fuga que é a avó de Maria como quem pergunta: será que temos uma história? Será que ainda podemos ter uma história?”.
Rogério Samora, Carla Chambel e Márcia Breia compõem o trio de personagens que dão corpo a esta produção portuguesa. Neste campo há também a destacar os papéis de Joaquim Leitão e Fernando Heitor que também ajudam a conseguir a nota francamente positiva, no que respeita à representação. Mas este filme vale pelo seu argumento. Com uma história de duas vidas que se cruzam no quotidiano dos dias mas que ainda assim conseguem transformar de forma radical.






Data de publicação: 2007-05-15 00:00:00
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