Voltar à Página da edicao n. 379 de 2007-05-08
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A UBI é uma das universidades que mais tem crescido em número de estudantes Erasmus

Alunos Erasmus trocam experiências

Cerca de duas dezenas de estudantes estrangeiros de diferentes cursos reuniram-se no Pólo das Engenharias da Universidade da Beira Interior (UBI). O dia 3 de Maio foi marcado por um pequeno encontro e por actividades de convívio entre alunos e responsáveis pelo programa na universidade.

> Ana Albuquerque

Quando se comemoram os 20 anos do programa Eramus na Europa, a UBI reuniu alunos que se encontram ao abrigo desse programa. A troca de experiências ente estudantes de diversos países decorreu no Anfiteatro 8.1. Numa conversa aberta e informal, Luís Carrilho, vice-reitor da UBI, reforçou a importância do intercâmbio cultural entre jovens de diferentes países e indicou as perspectivas de progressão do projecto na Covilhã.
Em duas décadas, o programa proporcionou a permuta de estudantes das mais variadas nações e culturas europeias. Uma educação de qualidade, uma aprendizagem contínua, e a quebra das limitações fronteiriças são algumas das vantagens apresentadas. Para além disso, os jovens têm a oportunidade de conhecer e compreender algumas características das diferentes comunidades e criar laços em países distintos.
No presente ano lectivo, a UBI acolhe 120 estudantes, havendo 130 no estrangeiro. Alemanha, Bélgica, Bulgária, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Itália, Noruega, Polónia, Reino Unido, República Checa, Roménia, Suécia, Suíça e Turquia são os países com relações estabelecidas, mas o grupo não é fechado. Para o futuro, Luís Carrilho quer apostar em estágios na UBI ou em empresas portuguesas, e num maior apoio financeiro para este tipo de bolsas.
Os alunos presentes no auditório puderam apresentar aquilo que foram as suas maiores dificuldades e o que sentiram desde que chegaram. Para além da solidão das primeiras semanas, e das diferenças culturais, a alimentação e o ritmo de trabalho são as diferenças que os estudantes Erasmus mais indicam. “As dificuldades maiores surgem sempre com a língua. Uma língua difícil, que ainda não tem a projecção internacional que desejamos para o futuro”, identifica Luís Carrilho. Para este efeito foram criados cursos intensivos de Língua Portuguesa, a fim de facilitar a integração dos alunos forasteiros. A aprendizagem de um idioma diferente é vista pelo vice-reitor como “uma oportunidade única que se deve aproveitar no momento, pois se não quiser, o estudante nunca mais vai ouvir esses sons quando voltar ao seu país”.
Anna é polaca e está na Covilhã desde Janeiro. A estudante de Economia acredita que os estudantes portugueses se demitem das suas responsabilidades, “e aqui as pessoas não se preocupam com horários, estão sempre atrasados. Na Polónia isso não é possível. À hora os professores fecham as portas e não se pode entrar mais”. Para além disso, nota também diferenças no tempo dedicado ao estudo, pois “lá passamos mais tempo em investigação, na biblioteca. Lá é muito intenso”.
Ariadna Rodriguez, estudante Erasmus do curso de Ciências da Comunicação na UBI, faz um balanço positivo ao fim de quase um ano na cidade da Covilhã. “A vida de estudante na Covilhã não existirá em cidades como Lisboa ou Porto. Aqui, quando vamos ao café encontramos quase sempre alguém conhecido”, salienta a estudante espanhola.
Ao comparar a Universidad Rey Juan Carlos, onde estuda em Madrid, e a UBI, Ariadna aponta algumas diferenças: “Estar no 4º ano em Espanha corresponde ao 3º ano aqui. Há conhecimentos e formação que já tinha adquirido. Em termos académicos há cadeiras que estão muito bem, mas há outras que poderiam ser melhoradas”. No caso da estudante natural da Galiza, esta considera que “a integração foi fácil talvez pela maior proximidade entre portugueses e galegos”.
Num plano positivo, a hospitalidade portuguesa é o aspecto mais referido pelos estudantes estrangeiros. “Essa é uma batalha ganha. Para além de ser uma marca da personalidade portuguesa, temos boas residências, ao contrário de outros países, e assim têm uma vida despreocupada, porque podem gerir melhor o tempo”, refere Luís Carrilho. O clima ameno e a diversidade paisagística, propícios à descoberta do país, são também apontados como um factor de integração. A calma que Anna critica na abordagem académica facilita a integração no país. “Aqui as pessoas são muito amigáveis. Como as coisas são feitas com mais calma, as pessoas podem dedicar-se mais, mesmo às amizades”, revela a estudante.


A UBI é uma das universidades que mais tem crescido em número de estudantes Erasmus
A UBI é uma das universidades que mais tem crescido em número de estudantes Erasmus


Data de publicação: 2007-05-08 00:00:00
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