Voltar à Página da edicao n. 373 de 2007-03-27
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“Têm de conseguir transformar dilemas em oportunidades”

> Igor Costa

Experiência, confiança, imaginação, flexibilidade, sentido de oportunidade, criatividade, capacidade de persuasão e de correr riscos são as mais importantes qualidades que hoje se exigem a um engenheiro. Foi assim que António Pinto, antigo aluno da UBI e actual director da Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, esboçou o que se espera dos futuros profissionais. Estas e outras características foram reforçadas por João Carvalho, director do Centro de Inovação Empresarial da Beira Interior (CIEBI). João Carvalho alertou os alunos para o erro de criar uma empresa com a totalidade de fundos próprios, sendo “necessário saber encontrar os parceiros correctos. Para crescer é preciso endividarmo-nos, mas é preciso sabermos endividar-nos”. Um endividamento responsável, que passa por “procurar as fontes de financiamento adequadas para realizar o mínimo risco possível”. Na criação de novos projectos, os alunos deverão informar-se, acreditar nas ideias, saber aceder e filtrar as fontes de informação e rodear-se de pessoas capazes, a fim de minimizar esse risco. Para o responsável pelo CIEBI, quando inseridos no mercado de trabalho, os actuais estudantes “têm de conseguir transformar dilemas em oportunidades”.
Uma das oportunidades mais frequentes é a de aprender. João Carvalho, sócio da FITECOM, defende que os recém licenciados, quando chegam às empresas, “devem ter uma postura francamente humilde, de quem quer aprender”, sobretudo porque “há coisas que não vêm nos livros”. O empresário têxtil vê nas universidades um importante pólo na formação de profissionais, mas exige aos engenheiros algo para além da teoria: “tem de haver espírito crítico, de investigação”. Cristiano Santos, engenheiro têxtil na Irmãos Dias, Lda., vê as empresas como o meio onde se aplicam os conhecimentos teóricos das universidades, “conhecimentos que são uma base de dados para tirar dúvidas nas profissões”. Na relação entre universidades e empresas, Orlando Cunha, da FAPOMED, nota melhorias substanciais: “antes não havia cooperação. As universidades eram altivas e as empresas desconfiadas. Hoje já há alguma cooperação”. Segundo o empresário, “a possibilidade de criar novos produtos depende em grande parte do trabalho que se venha a desenvolver nas universidades”.
Cristiano Santos terminou a licenciatura de Engenharia Têxtil na UBI há cinco anos e partilhou algumas das experiências profissionais que entretanto adquiriu. “O saber fazer é a parte mais importante da vida profissional”, defende o engenheiro. O antigo aluno da instituição falou aos estudantes de hoje da importância de pensar a carreira a médio prazo: “semeamos hoje para colhermos amanhã, mas quando amanhã estivermos a colher temos de estar a semear novamente, para colher mais tarde”.

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Data de publicação: 2007-03-27 10:49:50
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