Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 373 de 2007-03-27 |
"É um desafio cada vez maior subir ao palco"
Simplicidade, bom humor e simpatia são as palavras que caracterizam André Sardet, um dos actuais ídolos da música portuguesa. O cantor de Coimbra explica ao Urbi@Orbi as razões do seu sucesso, qual o segredo das suas músicas, e as dificuldades que teve na elaboração do seu álbum "Acústico".
> Isabel PereiraUrbi et Orbi – Porquê um álbum acústico?
André Sardet – Isto era um velho sonho, era um projecto que eu já tinha apresentado à minha antiga editora, que não o quis fazer. Depois, eu gravei-o por minha iniciativa e investi neste álbum, voltei a apresentá-lo à mesma editora e esta voltou a negá-lo. E eu teimosamente insisti neste projecto, porque acredito que não há melhor forma de unificar dez anos de temas, todos eles com sonoridades diferentes. Assim, o álbum acústico, além de unificar e de actualizar a sonoridade das várias músicas, faz com que eu as consiga levar mais à sua essência, ou seja, as pessoas ouvem as minhas músicas quase como eu as componho, e eu achei que essa sonoridade tinha muito sentido para o meu reportório.
U@O – O que sente cada vez que sobe ao palco?
A.S. – Sinto-me cada vez mais nervoso. À medida que os anos vão avançando, e agora com o momento que estou a viver, a responsabilidade aumenta muito, porque as pessoas vêm às salas, muitas vezes são salas com 4 ou 5 mil lugares...e sinto o peso de saber que 5 mil pessoas compraram bilhete para me ouvir, e isso é algo de novo. Mas também é algo fantástico, porque é um desafio cada vez maior subir ao palco. É claro que naquela meia hora antes do espectáculo não convém que falem comigo, porque fico insuportavelmente maldisposto e sem conseguir atender ninguém.
U@O – Quem é que compõe as suas músicas?
A.S. – Quase todas as músicas são compostas por mim...aliás, quase 98 por cento das letras são minhas.
U@O – E o que pretende transmitir com os seus temas?
A.S. – A minha composição não é algo premeditado ou pensado, porque eu não vou dizer esta ou aquela palavra para agradar ou desagradar o público, não é isso, não faço as coisas assim! Componho para me resolver enquanto pessoa, é uma necessidade, é algo que faz com que me alivie de uma coisa que me atormenta e preocupa...basicamente, são desabafos, e não há melhor confidente do que a minha guitarra ou o meu piano.
“As minhas músicas falam de verdade”
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