Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 370 de 2007-03-06 |
Pegar em pessoas como um homem do lixo ou uma empregada de supermercado é um início necessário para as intenções de João Pedro Rodrigues. Em cada filme, o realizador pretende “contar estórias a partir da banalidade, do dia-a-dia, porque acho que isso tem interesse”. O objectivo é aproximar-se daquilo que está mais próximo do público e das suas vivências: “Não faço filmes para mim; eu quero que as pessoas os vão ver. Mas tento fazer os filmes com alguma honestidade, com aquilo que sinto, que eu penso.” Ainda assim, João Pedro Rodrigues não pretende que o contacto dos espectadores com os seus filmes termine nos lugares comuns de muitas obras de arte: “Não quero que os meus filmes sejam exemplares ou moralistas. Os personagens são ficcionados, mas tento partir sempre da realidade.”
No caso concreto de “Odete”, o realizador tentou fazer um filme ao estilo do melodrama americano dos anos 40 e 50, com os mecanismos e técnicas do cinema de hoje. O resultado, segundo o próprio João Pedro Rodrigues, é um filme romântico com uma intensa carga irónica. “Tem um bocadinho do universo do cinema fantástico, e vêem-se clichés de alguns géneros cinematográficos, para retratar a noite”. Em “O Fantasma”, pretendeu captar “o lado voyeur dos homens do lixo, porque eles estão na rua, quando os ouvimos de noite, mas não os conhecemos”. Recorde-se que “O Fantasma” conseguiu 10 mil espectadores, e o mais recente “Odete” já atingiu os 15 mil.
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