Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 370 de 2007-03-06 |
Um outro cinema para a Covilhã
O dia 1 de Março marcou o aniversário do Cine Clube da Beira Interior. São já dezanove anos de cinema alternativo àquilo que as grandes salas oferecem. Um produto que ganhou um outro alento com a Licenciatura em Cinema.
> Igor Costa“Não é uma tarefa inglória se as pessoas sentem a necessidade deste tipo de cinema. E se estas pessoas aderem, é porque gostam.” Assim falou Luís Nogueira, Presidente do Cine Clube da Beira Interior (CCBI), de como vê o seu trabalho à frente da associação. Para comemorar a data, foram escolhidos dois filmes de João Pedro Rodrigues. O realizador veio à Universidade da Beira Interior (UBI) e falou com os alunos. Foi na noite de 1 de Março, na Cinubiteca.
Há menos de um ano a dirigir o CCBI, Luís Nogueira tem noção de que foram dezanove anos de altos e baixos, “mas os momentos bons superam os maus”. Uma das maiores dificuldades tem sido encontrar o público covilhanense. “Normalmente as instituições e as pessoas merecem-se. Se há um afastamento das pessoas, nós também havemos de ter culpa, e temos de fazer alguma coisa, promover iniciativas para inverter este divórcio”, reflecte o também docente da UBI. O objectivo passa por serem maiores e mais dinâmicos, a fim de cativar os jovens e manter as parcerias com o curso de Cinema, optimizando esforços entre a UBI e o Cine Clube.
A festa de aniversário proporcionou assim um momento diferente, em que sócios do CCBI e público em geral puderam ver os filmes e depois debatê-los com o autor. Para Luís Nogueira, o convite a João Pedro Rodrigues justifica-se por se tratar de “um jovem autor português com uma obra significativa, singular e muito pessoal”.
Já o realizador mostrou algum embaraço em falar de “Odete”, por ter sido o último filme que realizou. “Depois de fazer os filmes, tento esquecer-me deles. E depois de fazer o luto do filme anterior, já posso passar ao seguinte”, revela o cineasta português. Quanto às temáticas, não deixa que se especule sobre as suas escolhas: “Não faço filmes para ser provocador. Eu sinto que faço estórias para contar o que vai no momento. Tento fazer um filme com alguma honestidade, com aquilo que eu sinto, que eu penso. Não consigo pensar que vou fazer um filme para as pessoas gostarem”.
Tudo isto nas comemorações de dezanove anos de Cine Clube da Beira Interior. Luísa Carvalho estuda Cinema na UBI há quatro anos e não tem dúvidas: “Agora o Cine Clube está mais perto dos alunos”. Nesta proximidade, ressalta a importância que a instituição tem tido na sua formação. Para a aluna, promove “uma programação mais diversificada, com cinema europeu e asiático, que não passa pelas outras salas”. Neste mês de aniversário serão ainda exibidos catorze filmes, apresentados por catorze pessoas diferentes, na Cinubiteca, e quatro outros filmes, todas as segundas-feiras, no Bar Académico, na sede da AAUBI.
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