Presidente do IRAR recomenda que o cidadão seja exigente

Defende que a água, sendo um bem essencial, implica "elevadíssmos investimentos" e merece, por isso, ter um custo

Para o presidente do INAR, o consumidor deve ter acesso a informação, querer saber a qualidade da água que lhe é prestada, não quer ter interrupções no abastecimento. “Deve ser crescentemente exigente mas também deve ser crescentemente disponível para pagar esse serviço. São serviços que implicam elevadíssimos investimentos, que fazem recurso a tecnologias sofisticadas, recursos humanos altamente qualificados e obviamente tem um custo”, nota Jaime Baptista. E acrescenta que o preço não deve ser considerado elevado, pois hoje em dia “é um custo muito abaixo daquilo que são os custos de outros serviços que são menos essenciais, mas que usamos no dia-a-dia, como é o caso dos telemóveis”.
Referindo que o país está sujeito a uma legislação cada vez mais exigente, frisa que este sector de tornou “extremamente dinâmico e evolutivo”.
Em relação à venda de 49 por cento do capital da empresa municipal Águas da Covilhã, Jaime Baptista diz que “a legislação portuguesa prevê um leque muito alargado de soluções ou modelos de gestão para gerir este tipo de serviços”. De uma forma genérica, “é um direito e diria que até um dever da parte da câmara da Covilhã escolher o que lhe parecer mais adequado e optar por ele”. Acrescenta ainda que há mecanismos de acompanhamento desses modelos, no sentido que seja salvaguardado o interesse do cidadão.
O presidente do IRAR interveio no seminário “Perspectivas de evolução do mercado de águas e resíduos” durante a manhã de ontem. O seu discurso focou “o papel do IRAR na evolução da regulação de serviços de águas e resíduos”. Revela ainda que o debate organizado pela UBI é oportuno, “porque há que partilhar experiências”.

Seminário sobre águas e resíduos