Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 365 de 2007-01-30 |
O Notícias da Covilhã completa 94 anos de vida. Fundado em 1913 com o nome de A Democracia toma o actual título a 18 de Maio de 1919 após ter sido suspenso em Fevereiro do mesmo ano pela Comissão de Censura do Governo de então. Não só sob o nome de A Democracia mas também já como Notícias da Covilhã, o nosso semanário mostrou valentia e audácia, em épocas muito difíceis, nas duras batalhas que travou sempre a promover os valores da liberdade, da família e dos supremos interesses do País. E nunca se vergou.
Agora, como toda a imprensa regional e nacional, estamos colocados perante novos desafios. A Internet obriga-nos a uma reflexão profunda sobre a existência dos jornais em papel. Mas o ciclo repete-se.
Quando apareceu a rádio, vaticinou-se o fim da imprensa escrita. Tal não aconteceu. Com a invasão da Televisão, decretou-se logo o fim dos jornais. Mas a imprensa até cresceu. Depois com o irromper da Internet, veio a sentença definitiva da morte iminente dos jornais. Afinal, a imprensa escrita continua viva e recomenda-se, apesar da perda de leitores nas camadas jovens. E é nossa convicção que a imprensa escrita não vai acabar.
Não se trata de diminuir a importância da Internet mas os factos demonstraram que todos estes meios de comunicação social são complementares. Torna-se evidente que a Internet é instantânea para todo o mundo a partir de qualquer lugar por mais remoto que seja.
O caminho que está a ser seguido com o êxito, é a coexistência das edições pela via do papel e pela via digital. E com edições disponíveis via telemóvel. Como igualmente os noticiários das rádios e televisões.
Todo este progresso valoriza ainda mais a importância da imprensa regional que um estudo da União Europeia considera extremamente relevante na função de coesão social, debate público e serviço.
Mas parece que não é o que pensa o actual Governo a este respeito. Um decreto-lei já aprovado em Conselho de Ministros a 23 de Novembro de 2006 ainda não promulgado pelo Presidente da República contém normas que vão dificultar a imprensa regional ou mesmo liquidar a maioria dos jornais locais.
O decreto cria um novo regime de Porte Pago altamente gravoso e insuportável com a descida de 70 para 60 por cento. Acaba o Porte Pago para os emigrantes que tem de ser suportado pelos jornais. Igualmente os jornais como ofertas para hospitais, bibliotecas e promoção da leitura deixam de ter Porte Pago. Ora, segundo um estudo da Associação Portuguesa de Imprensa, o valor de expedição de 3,50 milhões por ano para as Comunidades Portuguesas está muito abaixo da contribuição do Orçamento de Estado para a compra de direitos de transmissão de jogos de futebol para a RTP Internacional.
A informação de proximidade da imprensa regional fica assim seriamente comprometida. O Governo tem de recuar. Caso contrário, fica com o ónus da morte da maioria dos jornais locais. Jornais que, segundo a Marktest, são os mais lidos pela maioria dos portugueses.
A questão é simples. O Governo quer ou não quer a imprensa regional?
Ao comemorar mais um aniversário, o NC continuará a desenvolver o seu projecto de crescimento em ordem ao futuro para cumprir os objectivos consignados no seu Estatuto Editorial, com especial incidência na promoção da Covilhã, da Cova da Beira e da Beira Interior, de acordo com os princípios de inspiração cristã.
Impresso agora numa moderna rotativa em Braga, o NC tem novas possibilidades de actualização noticiosa e maior facilidade de confecção de novos suplementos e outras iniciativas gráficas. Assim queremos aumentar o número de assinantes, atrair novos leitores na correspondência de mais anunciantes, pois o sangue de um jornal é a publicidade.
O NC, segundo os últimos dados da Marktest, é o terceiro semanário regional do distrito de C. Branco, com 11 pontos de audiência. Por isso, iniciamos neste aniversário um novo ciclo de uma esperança redobrada ao serviço dos leitores.
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