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Jazz, Fado e outros sons lusos
Teatro-Cine vive noite de sonoridade única ao ritmo do Quinteto de Jazz de Lisboa
> Ricardo MoraisO Teatro Cine da Covilhã recebeu, na sexta-feira à noite, um concerto que deu a conhecer uma outra forma de ouvir jazz. O Quinteto de Jazz de Lisboa deslocou-se à cidade serrana para dar um concerto que se revelou surpreendente. Em hora e meia de espectáculo, o público ouviu música de raiz popular portuguesa e fado com o ritmo do jazz. No decorrer da noite foi possível ouvir temas bem conhecidos da música tradicional portuguesa como “Maria Faia” de Zeca Afonso, “Gaivota” um fado tradicional de Lisboa, “Cacilheiro” de José Carlos Ary dos Santos e muitos outros. Uma leitura própria e interpretações diferentes em canções consagradas nacionalmente foi a forma que o Quinteto encontrou para não ser apenas mais uma formação de Jazz.
A experiência do grupo e a necessidade de mostrar um trabalho diferente do habitual Jazz americano estão nas origens deste projecto, confessou o vocalista José Carvalho. “Pela nossa experiência, pelos festivais que temos feito a nível internacional, não só com o quinteto mas também com outras formações, chegámos à conclusão que tínhamos de fazer algo diferente, porque o que acontece no jazz é que a maioria dos grupos, independentemente dos país de que são oriundos, acabam sempre por fazer o mesmo repertório. Acabam por tocar clássicos do jazz e, de facto, chegamos à conclusão que principalmente os americanos fazem isso muito melhor do que nós e achámos que as nossas presenças a fazer música americana não trariam nada de novo, de maneira que, pensamos porque não ser originais, pegar na nossa música e levar lá para fora para os festivais de jazz, um tipo de jazz que eles não conhecem.”
Este projecto ousado revelou-se um sucesso com uma aceitação muito grande pelo público nacional e internacional: “Foi uma experiência que não sabíamos como é que ia correr, mas resultou: as pessoas ficaram encantadas. Houve muita gente que nos veio perguntar: ‘De que país é que vocês são?’ ”, revelou ainda José Carvalho.
A formação lisboeta acredita que esta forma de fazer Jazz contribui para uma mudança de mentalidade em relação a este estilo musical:” Ao tocarmos, no jazz, músicas que o público conhece e com as quais se identifica ajuda à aceitação e divulgação deste ”, concluiu José Carvalho.
O Quinteto deu na Covilhã um espectáculo de jazz diferente, relembrando o melhor da música portuguesa.
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