Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 359 de 2006-12-19 |
Recorde continua igual
Mais 24 pontes foram “destruídas” na sexta edição do concurso “Pontes de Esparguete”. Na prova de resistência, continua a valer o recorde de 45,8 quilogramas que agora pertence também ao vencedor da edição deste ano.
> Eduardo AlvesEsparguete e cola são os únicos dois materiais que os alunos da UBI têm ao dispor para construir uma ponte. A estes dois junta-se imaginação e técnica quanto baste para fabricar uma estrutura capaz de suportar o maior peso possível.
A fórmula para um dos mais participados concurso da instituição revela-se, assim, simples. Este ano, a sexta edição do “Pontes de Esparguete”, uma iniciativa do Departamento de Engenharia Electromecânica da UBI que tem como principal objectivo “incentivar as capacidades criativas dos alunos”, contou com 24 projectos na prova de resistência. Um desafio que consiste no teste de carga das estruturas “confeccionadas” pelos alunos.
O anfiteatro 8.1. do Edifício das Engenharias voltou a encher-se de alunos e docentes que foram assistindo à “destruição” das pontes. E se as primeiras estruturas cederam logo após a colocação de algum peso, as restantes conseguiram “dar luta”. O público começou a ganhar motivação logo após uma das estruturas a concurso ter superado a marca de 12 quilos. Com grande parte das pontes a concurso a conseguirem suportar mais de dez quilos, a plateia foi apoiando os concorrentes, mas o melhor estava reservado quase para o final. Com o recorde da prova a pertencer a Luís Enes, aluno de Engenharia Electrotécnica, que no ano passado construiu uma ponte capaz de suportar 45 quilos e 800 gramas, as marcas atingidas até meio do concurso deste ano estavam longe de chegar a esta fasquia.
Mas Marco Canário, aluno de Engenharia Electromecânica, saiu do meio da plateia do 8.1. para deitar por terra o feito de Luis Enes. Este aluno do quarto ano levou “um dia e uma noite” a unir, com cola, barras de 50 milímetros de comprimento de esparguete comercial. Tempo suficiente para construir uma ponte de 350 gramas de peso que seria destruída em menos de cinco minutos. Ainda assim, a estrutura idealizada por este aluno da UBI conseguiu igualar a marca dos 45,8 quilogramas. Depois de um começo rápido, onde a marca dos 20 quilos foi atingida sem qualquer dificuldade, a estrutura de Marco Canário começou a ganhar a atenção das várias dezenas de espectadores.
Com quarenta quilos de peso colocados no balde suportado por esta ponte, parecia já surgir um novo recorde. Mas não, quando a balança electrónica que mede o peso colocado sob as pontes marcava 45,8 quilogramas, a estrutura concebida por Marco Canário cedeu. Mesmo assim, “esta foi a prova de que se pode sempre melhorar”, adianta o autor da ponte vencedora da sexta edição deste concurso. Um concorrente que não é novo por estas andanças. O aluno de Engenharia Electromecânica tinha já concorrido “nas duas edições anteriores”. O melhor resultado foi atingido no ano passado com uma ponte que suportou perto de 20 quilos. Este ano, “um pouco mais de estudo, sobretudo isso, levou a estrutura a esta marca”, sublinha o vencedor. Para casa, Marco Canário leva um cheque de 150 euros e “uma grande vontade de estar no próximo ano a discutir um novo recorde”.
Outro dos vencedores de concurso de Pontes de Esparguete é António Coelho, aluno do terceiro ano de Arquitectura. António conseguiu o primeiro lugar na categoria de “Estética”. De entre as 14 estruturas a concurso, nesta área, a ponte concebida pelo aluno de Arquitectura foi a que mais impressionou o júri da prova.
Apaixonado confesso de pontes e “em certa medida, da Engenharia”, António Coelho decidiu participar, pela primeira vez, neste evento. Depois de colocar as suas ideias no computador, começou a dar forma à ponte “através de um programa informático específico para desenhar construções”. Depois seguiram-se as longas horas passadas a construir o modelo “e a respeitar as muitas regras que estão definidas no regulamento da prova”. O aluno de Arquitectura confessa mesmo que “algumas regras são muito difíceis de cumprir”, mas ainda assim, louva a ideia.
Este aluno que também integrou a equipa vencedora do projecto para o novo Museu do Queijo tem agora mais um prémio a juntar à sua lista pessoal e leva para casa um cheque de cem euros.
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