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> <strong>José Geraldes</strong><br />

O Ambiente

> José Geraldes

As alterações climáticas constituem um problema e um desafio para a era da globalização que vivemos. O aquecimento do nosso planeta já é causa de consequências que começam a assumir contornos de tragédia.
Recentemente, Al Gore, o ex-candidato à presidência dos Estados Unidos, realizou o filme Uma Verdade Inconveniente que transmite a mensagem dos impactos devastadores do efeito de estufa sobre o ambiente. E com o intuito de sensibilizar o público para o problema.
Os países da ONU tomaram consciência da atenção a dar ao ambiente e concluíram pela necessidade de um documento que se chamou Protocolo de Quioto aprovado na Cimeira da Terra, no Rio de Janeiro em 1992. O documento foi assinado em 1997 e só entrou em vigor em 2005.
O Protocolo de Quioto prevê metas concretas e obrigatórias para a redução das emissões de gases com efeito de estufa. Mesmo com datas marcadas, os avanços não têm sido muito lisongeiros.
Há dois meses um relatório chamado Stern por ter sido elaborado pelo economista britânico Nicholas Stern, ex-responsável do Banco Mundial, equaciona o aquecimento global em termos assustadores. O Relatório Stern é um grito de alerta a todos os governos para que não descuidem o problema, pois podemos estar à beira de uma catástrofe.
Se nada se fizer já, as temperaturas aumentarão entre dois e três graus nos próximos 50 anos. Todos os países serão afectados. Os custos globais das alterações climáticas poderão atingir 20 por cento do PIB enquanto a adopção de medidas para as combater custará um por cento desta riqueza.
Que medidas propõe Stern? Uma premissa inicial: os países ricos devem ajudar os países mais pobres. A redução das emissões de gases de efeito de estufa tem que atingir 25 por cento até 2050. A procura das energias alternativas ao petróleo impõe-se sobretudo na área dos transportes.
O carvão terá de se transformar numa opção para as economias emergentes. E a redução da desflorestação é obrigatória como prática para todos os países.
O Relatório Stern termina com um tom de optimismo dizendo que os custos para estabilizar o clima são importantes mas não incomportáveis. Novas oportunidades de negócio podem surgir.
Mas há medidas a pôr já em prática: inovação e desenvolvimento de tecnologias com baixas emissões e remoção das barreiras à eficiência energética.
A União Europeia aplaudiu o Relatório e quer lançar iniciativas consequentes. O Reino Unido estuda já os “impostos verdes” com taxas sobre os veículos mais poluentes.
Não há volta a dar ao texto. Todos temos de fazer sacrifícios nas comodidades de que actualmente disfrutamos.
Uma consciência nova em relação ao ambiente tem de integrar a nossa cultura. É o nosso futuro que estamos a construir.


Data de publicação: 2006-12-19 00:00:00
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