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Sara Madeira é docente na UBI e ao mesmo tempo investigadora em Lisboa

Docente da UBI assina artigo científico reconhecido internacionalmente

Trabalho sobre processamento de dados de genes foi considerado relevante pelo Instituto para a Informação Científica, nos Estados Unidos

> Cátia Felício

O artigo escrito por Sara Madeira, docente da Universidade da Beira Interior (UBI), em conjunto com Arlindo Oliveira, do Instituto Superior Técnico (IST), foi considerado de grande impacto científico (ou hot paper) pelo Instituto para a Informação Científica (ISI), norte-americano. Este trabalho na área da biologia computacional avalia a forma de tratar os dados obtidos a partir de chips de ADN.
Publicado em 2004, na revista Transaction on Computacional Biology and Bioinformatics, o artigo Biclustering Algorithms for Biological Data Analysis: A Survey já foi citado inúmeras vezes e apareceu na lista de hot papers, de Novembro, no ISI.
Sara Madeira concilia duas profissões, mas reconhece que é complicado ser-se investigador em Portugal. De segunda a quarta-feira é docente no departamento de Informática na UBI e de quinta a domingo é investigadora em Lisboa. "Gostava de ter mais tempo para me dedicar à investigação", confessa.
O artigo referenciado poderá ajudar cientistas a estudar, por exemplo, um grupo de genes responsáveis por um determinado tipo de cancro. Como? Sara Madeira diz que pode ajudar os cientistas a compreender a evolução de certas células cancerosas ou a forma como os genes respondem a uma determinado medicamento.
A docente da UBI explica como é analisado o comportamento dos genes através dos chips de ADN ou microarrays. Os dados são introduzidos numa matriz (tabela). Em cada linha é identificado o gene e cada coluna é referente ao tipo de experiência efectuada com os chips de ADN. Ao encontrar o conjunto de genes com um determinado padrão é possível tentar aumentar ou diminuir a sua actividade. Para encontrar este grupo de genes chamados biclusters são utilizados os algoritmos biclustering. A docente diz que o objectivo final é “fazer o que muitos cientistas estão a tentar fazer mundialmente, que é conseguir inferir redes de regulação genética”. Para tal, estudam algoritmos de forma a descobrir módulos regulatórios em microarrays.
Sara Madeira licenciou-se em Matemática-Informática, na UBI, em 2000. Depois do mestrado, concluído em 2002, começou a tese de doutoramento em Engenharia Informática e de Computadores no IST, no âmbito do qual redigiu este artigo em colaboração com Arlindo Oliveira.
A docente de 29 anos, natural da Covilhã, diz que ter o artigo referenciado no ISI é o reconhecimento do trabalho e uma forma de motivação. Em relação à investigação a nível nacional, diz que há falta de apoios e que “não há condições para os investigadores em Portugal”. O trabalho desenvolvido pelos dois investigadores portugueses, continua ainda a ser feito e requere muito tempo, uma vez que, adianta a docente, cada matriz tem milhares de genes a ser analisados.


Sara Madeira é docente na UBI e ao mesmo tempo investigadora em Lisboa
Sara Madeira é docente na UBI e ao mesmo tempo investigadora em Lisboa


Data de publicação: 2006-12-12 00:01:02
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