Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 356 de 2006-11-28 |
Comunicação e recepção em debate na UBI
Análise de públicos e audiências estiveram em discussão nas jornadas de comunicação que decorreram na UBI nos dias 22 e 23 de Novembro.
> Elisabete Cardoso“Comunicação e recepção: o Público face aos Media" foi o tema escolhido para o debate que juntou vários estudiosos do fenómeno da recepção mediática. João Carlos Correia, organizador das jornadas, considera que "actualmente este é um tema fundamental para as Ciências da Comunicação", na medida em que existem novos públicos e novos media, decorrentes da evolução da indústria. Os públicos deixaram de ser apenas receptores das mensagens dos media para passarem a ser influenciadores mútuos.
Alfredo Viseu, da Universidade Federal de Pernambuco, analisou a influência da televisão nas audiências, particularizando o fenómeno do telejornalismo no Brasil. O investigador brasileiro defende que o jornalismo televisivo contribui para a construção social da realidade, na medida em que o telejornalismo torna-se um espelho daquilo que se passa em todo o mundo e influencia as condutas dos indivíduos.
Karin Wahl-Jorgensen, da Universidade de Cardiff, discorreu sobre a forma como os jornalistas vêem as cartas dos leitores. Embora elas pareçam ser engrandecedoras do seu trabalho, servindo para os jornalistas conhecerem a opinião dos leitores sobre os meios de comunicação, na verdade não têm essa importância, servindo apenas para a "diversão do jornalista", revelou a investigadora.
O lado político da recepção foi abordado por John Downey. O investigador diferenciou a participação e deliberação, considerando que "cada vez mais se confundem estes conceitos". A Internet potenciou e criou mais oportunidades de participação, havendo, hoje em dia, mais pessoas a deliberar sobre decisões políticas, defende John Downey.
"Geração M" foi o tema exposto por Paulo Serra, presidente do departamento de Comunicação e Artes da UBI. Esta geração é o novo modelo de comunicação mediatizada, segundo o qual os media têm uma relevância exacerbada na vida das pessoas.
O balanço final destes dois dias de jornadas é "bastante positivo", a organização considera que a adesão e participação dos estudantes foi muito boa, na medida em que foram colocadas "questões pertinentes, bem direccionadas e pensadas por parte dos alunos", afirmou João Carlos Correia.
A temática do telejornalismo está compilada no livro "Telejornalismo como Praça Pública" que foi apresentado em Portugal durante o primeiro dia das Jornadas. Nesse mesmo dia foi apresentado o Portal Comunitatis, uma plataforma que funciona no sentido de potenciar qualquer pessoa nos mais variados campos e formas.
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