Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 355 de 2006-11-21 |
Museu do Queijo idealizado por alunos de Arquitectura
Já são conhecidos os vencedores do Concurso de Ideias para o Museu do Queijo em Peraboa. O "open space" criado pelos alunos de Arquitectura da UBI basea-se numa simbiose entre o passado e o presente. O projecto de remodelação começará antes de 2007
> Cátia FelícioFoi numa “corrida contra o tempo” que três alunos de Arquitectura da Universidade da Beira Interior (UBI) criaram o projecto de remodelação para o Museu do Queijo em Peraboa. António Coelho, Nelson Branco e Maria de Fátima Neto são os autores do projecto vencedor do Concurso de Ideias para Museu do Queijo, que nascerá na Serra da Estrela. Em pouco mais de um mês, perto de 50 alunos dividiram-se em grupos de três ou quatro elementos e criaram 12 projectos. Os alunos vencedores estão entusiasmados e explicam o processo de criação do projecto a construir em Peraboa. A maior dificuldade encontrada estava no tamanho do espaço, “com apenas 120 metros quadrados por piso”. “Somos alunos de arquitectura e no terceiro ano ter já uma ideia concretizada era mesmo um sonho”, confessa António Coelho.
A iniciativa decorreu na UBI e destinou-se apenas a alunos de terceiro ano de Arquitectura desta instituição, a frequentar a disciplina de Projecto III. O concurso a contar para nota na disciplina de Projecto III, foi o primeiro contacto dos alunos desta licenciatura com o meio envolvente num contexto real.
O projecto vencedor define-se, de acordo com os jovens criadores, por “simbiose entre o moderno e o passado. Diálogo com formas simples. Contacto visual com o exterior”. A maquete, numa escala de 1/50, está exposta no Pólo de Engenharias da Universidade da Beira Interior, assim como os restantes projectos a concurso. O Museu do Queijo, em Peraboa, nascerá da remodelação de uma casa em ruínas na localidade. Prevê-se que as obras comecem ainda antes do final de 2007.
José Gomes Barros, docente de Projecto III, diz que os alunos mostraram mais entusiasmo do que em qualquer outro projecto. Uma das razões prende-se com o facto de ser uma situação real. O docente fez parte do júri e explica que a importância desta iniciativa de prende com o abrir as portas de universidade ao meio envolvente.
Com um orçamento de 70 mil euros, financiado pela autarquia da Covilhã, José Curto Costa, presidente da Junta de Freguesia de Peraboa, acredita que o Museu do Queijo trará uma nova dinâmica à região.
O que podemos encontrar no Museu do Queijo? Haverá dois pisos, nos quais, além de convivío, será criado um espaço de gustação de queijos e vinhos. Sendo “mais de 70 por cento do queijo do país fabricado na Cova da Beira”, o museu permitirá aos visitantes ver o processo desde o início. De acordo com José Costa Curto, os visitantes poderão ver todo o processo de confecção do queijo ao vivo, desde o momento em que se tira o leite da ovelha (há espaços próprios para tudo) até aos espaços para gustação. A divulgação, garante, será feita além fronteiras. “O queijo de Peraboa é exportado para grande parte da Europa e Brasil”. E aponta a fábrica “Brás e Irmão” como um exemplo de qualidade, que confecciona queijo de ovelha, misto, fresco, requeijão e ainda queijo picante, “que resulta de um método muito antigo e exige uma confeição complexa”. Adianta também que com este projecto serão criados cerca de uma dezena de postos de trabalho.
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