Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 355 de 2006-11-21 |
Morte, doença e solidão são temas traçados na obra “A Casa Quieta”. Neste segundo livro de Rodrigo Guedes de Carvalho, há uma escrita bastante visual, que leva até ao leitor um romance inundado de emoções e vivências do quotidiano.
Tudo começa a partir do momento em que um homem chega a casa, pousa as chaves na mesa e vê que está ali sozinho. O sentimento de perda, a essência das relações humanas, o tempo irrecuperável e o drama da morte coabitam nesta obra onde se pode ler:
"Quero acreditar que já não estarias em casa por alturas em que cheguei mas não sei dizer. A verdade é que não te procurei. Mais uma vez. Penso que fiz as coisas do costume, penso hoje quando penso nisso que fiz as coisas do costume, terei deixado o sobretudo ao acaso, abri o frigorífico fechei abri uma outra vez, sem saber bem o que procuro, acontece-me quase sempre. As coisas do costume. Vagueei sem saber bem, o sobretudo caído alguém há-de arrumar, tu tratas disso. Do frigorífico abro fecho abro outra vez, quero pouco, não sei que quero, deixei de beber prometi-te acho que te prometi, não sei que beba".
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