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A conferência “Crianças e jovens em risco e delinquência: recursos e práticas” decorreu durante todo o dia no Anfiteatro 1

Histórias de Vida

Ana Barbeiro é psicóloga e trouxe à UBI histórias de adolescentes. As aventuras, os riscos e o destino de quem tem 14 anos contadas numa conferência sobre crianças em risco e delinquência

> Cátia Felício

Entre 1992 e 1997, Ana Barbeiro, psicóloga e assistente no Instituto Piaget, esteve em Cachão, uma aldeia de Trás-os-Montes, para conhecer mais de perto a vida de um grupo de adolescentes. Dessa pesquisa nasceu “Histórias de Vida”, apresentada no dia 9 de Junho na conferência “Crianças e jovens em risco e delinquência: recursos e práticas”. Durante todo o dia, o Anfiteatro 1 (Parada) da UBI foi palco de várias sessões sobre crianças e adolescentes em risco. A iniciativa partiu do departamento de psicologia e educação da UBI, que escolheu para a manhã a sessão “Recursos e práticas na Covilhã” À tarde foi a vez de “Prevenção e Apoio de Jovens em Risco” e ainda “Detenção e Delinquência Infantil”.
A dimensão das experiências vividas por um grupo de adolescentes suscitou o interesse de Ana Barbeiro , mestre em psicologia pela Universidade do Minho. Começa por desvendar as trajectórias comuns entre jovens que crescem juntos numa pequena aldeia industrializada (Cachão). O infantário, a ida para a cidade, as aventuras juntos. Mais tarde o secundário e a explosão da transgressão.
A partir do sétimo ano, a vida destes adolescentes tomou um rumo diferente. Têm apenas 13 e 14 anos, mas começam a consumir álcool, tabaco e haxixe. Com o encerramento do complexo industrial, os pais ficam desempregados e muitos deles abandonam a escola à procura de trabalho precoce e precário. Outros continuam os estudos e tentam controlar os comportamentos. E os que são excluídos do grupo acabam por procurar outras sociabilidades.
“Há a ideia que os pais têm de que a culpa é das más companhias…Mas se calhar não é só responsabilidade individual e há coisas um pouco mais complexas”, diz Ana Barbeiro. E adianta que adolescência é um fenómeno específico que teve emergência no século XX. Salienta ainda a figura de adolescente-problema, como imagem de problema social. “Compreender adolescentes implica procurar um ponto de vista dos adolescentes”. É preciso também contextualizar os comportamentos no seu contexto sócio-cultural, as vivências na escola, na família e na região.

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Data de publicação: 2006-06-13 00:14:41
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