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No monitor maior pode ver-se aquela que foi a edição nº1 do Urbi et Orbi

Urbi et Orbi: 20 anos depois

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Urbi et Orbi: 20 anos depois


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O mais antigo jornal académico digital de Portugal está de parabéns. O Urbi et Orbi completa 20 anos de existência com uma edição especial que faz uma panorâmica pela sua história e que dá a palavra a alguns dos seus protagonistas.

Dez anos depois da criação do curso de Ciências da Comunicação na UBI, em 1989, começava a nascer a necessidade de adaptar a formação dos alunos às novas tecnologias. É neste contexto que no arranque do ano letivo de 1999/2000 o projeto Urbi et Orbi começa a ser gizado, concretizando-se no começo do ano 2000. Ainda sem redes sociais, sem YouTube e sem a Internet ao acesso de um simples “click”, o Urbi et Orbi nascia como laboratório onde os alunos de Ciências da Comunicação da Universidade da Beira Interior davam os seus primeiros passos no mundo do jornalismo. Arrancou com António Fidalgo como primeiro diretor e com Catarina Moura como chefe de redação.

O atual reitor da UBI lembra que “o jornal era uma maneira de divulgar o que se passava na Universidade, primeiramente para a comunidade académica e depois para todo o mundo, e ao mesmo tempo funcionaria como um atelier aplicado de jornalismo”. António Fidalgo considera que “a formação teórica é fundamental, mas a formação teórica também tem que ter em vista todos os condicionalismos teóricos e técnicos que levam a uma revolução da própria maneira de informar”.

Se até 2006 os conteúdos se aproximavam da linguagem da imprensa tradicional – texto e fotografia -, a partir deste ano o Urbi começa a testar novas ferramentas de publicação. Em 2007 passa a incorporar vídeo e áudio nas notícias e é dada maior importância à fotografia, que se torna autónoma como Unidade Curricular. No mesmo ano, em junho, João Canavilhas – atual vice-reitor da UBI – assumia as funções de diretor do Urbi. “Para mim o Urbi é verdadeiramente um jornal laboratório uma vez que está intimamente ligado às duas facetas da minha carreira de docente universitário: o ensino e a investigação”, refere. “No campo do ensino, porque foi neste espaço que se publicaram os trabalhos desenvolvidos no âmbito de algumas das Unidades Curriculares que leccionei, nomeadamente Webjornalismo, Atelier de Jornalismo e Infografia Multimédia para Jornalistas. Mas foi no campo da investigação que a ligação se tornou mais forte uma vez que desde 2001 estive ligado às diversas alterações introduzidas no jornal e, talvez o mais importante, a linguagem multimédia usada no Urbi é o resultado do estudo desenvolvido na minha tese de doutoramento”, reforça João Canavilhas.

Em 2008 o jornal lança a sua versão mobile, e em 2009 é lançada a versão para iPhone (a primeira aplicação nativa portuguesa para leitura de jornais). Acreditando na importância da divulgação da informação através das redes sociais, em 2016 o Urbi criava as suas páginas no Facebook, LinkedIn, Twitter e Instagram. No mesmo ano, foi criada a rubrica “Made in UBI”, dedicada a ex-alunos da instituição, que assim puderam dar a conhecer os seus casos de sucesso e incentivar os atuais e futuros alunos da Universidade.

Anabela Gradim é, desde 2013, a diretora do Urbi et Orbi. A docente da Faculdade de Artes e Letras da UBI acredita que “o jornal evoluiu bem”. Tendo nascido como “um site com as características típicas de final dos anos 90 e hoje é um site moderno. Ao longo dessa evolução, acumulamos 1048 edições e iremos continuar a acumular, o que é um património extraordinário, porque nessas edições está todo o arquivo da vida da Universidade e da vida da Covilhã. Nos últimos 20 anos o jornal serviu para dar a conhecer a comunidade a si própria e, ao mesmo tempo, para se dar a conhecer à cidade”, sublinha.

Quanto aos próximos 20 anos, Anabela Gradim refere que o objetivo é “continuar a evoluir”, até porque “o jornalismo mudou muito, as formas de distribuição do jornalismo também”.

Já no que se refere à função do Urbi et Orbi, a diretora não tem dúvidas em afirmar que “o propósito principal do jornal não é ser um órgão de comunicação – embora também seja -, mas é ser um laboratório para os nossos estudantes praticarem jornalismo e é isso que pretendemos continuar a ser nos próximos 20 anos”. Anabela Gradim lembra que “os alunos aprendem muito ao trabalharem no jornal, que não aprenderiam em aulas teóricas. Eu poderia dizer mil vezes que o lead não começa com a data e com a hora e que num evento têm que selecionar o que é mais importante e não fazer uma descrição cronológica, mas se eles não praticarem essas skills, nunca as adquirem”.