| Em 1859, aquando de 
                        uma batalha sangrenta entre franceses e italianos contra 
                        austríacos, Henry Dunant, um jovem suíço, 
                        ficou impressionado com os milhares de vítimas, 
                        que segundo Dunant "morriam como moscas e ninguém 
                        queria saber".O jovem suiço tratou com as suas próprias 
                        mãos mais de mil soldados
 italianos, austríacos e franceses. Depois de três 
                        dias no campo de batalha,
 o jovem decide dar um novo rumo à sua vida. Escreveu 
                        um livro com o título "Uma recordação 
                        de Solferino", onde apelava à necessidade 
                        de todos os países criarem uma sociedade de socorros 
                        para os feridos, que em tempo de guerra seria reconhecida 
                        oficialmente. O livro de Dunant teve uma grande repercussão 
                        e quatro jovens de Genebra, um general, dois doutores 
                        e um jurista, apoiaram as ideias de Henry Dunant.
 Em 1863, as cinco personalidades reuniram-se e foi criado 
                        o Comité
 Internacional da Cruz Vermelha (CICV). Em 1864, a primeira 
                        "convenção de
 Genebra para melhorar a sorte dos militares feridos nos 
                        exércitos em
 campanha" foi adoptada, juntamente com um emblema 
                        que tinha uma cruz vermelha sobre fundo branco.
 Na guerra entre a França e a Prússia, entre 
                        1870 e 1871, 150 voluntários da Cruz Vermelha estiveram 
                        no terreno a tratar todos os feridos, sem qualquer tipo 
                        de discriminação. As guerras sucediam-se 
                        e a Cruz Vermelha não tinha mãos a medir. 
                        Em 1919, socorreu cerca de 45 mil feridos e meio milhão 
                        de prisioneiros foram repatriados pelo CICV.
 A agência central de pesquisas do CICV foi criada 
                        em 1870 e durante a
 guerra, que decorreu entre 1914 e 1918, tratou cerca de 
                        18 mil fichas por dia, entre as informações 
                        recebidas e as informações transmitidas 
                        às famílias dos presos e dos desaparecidos.
 Em 1919, foi criada a Liga das Sociedades da Cruz Vermelha, 
                        Federação
 Internacional das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha 
                        e do Crescente
 Vermelho, que é utilizado por alguns países 
                        em vez da cruz vermelha. O trabalho da Liga assenta em 
                        "favorecer a criação de novas Sociedades 
                        nacionais e contribuir para o desenvolvimento das suas 
                        actividades humanitárias, coordenar as operações 
                        de socorros a favor das vítimas das catástrofes 
                        naturais, auxiliar os refugiados fora das zonas de conflito, 
                        e promover os princípios e ideais da Cruz Vermelha".
 Aquando da Segunda Guerra Mundial, devido às enormes 
                        necessidades de socorros, a Cruz Vermelha pôde recorrer 
                        a grandes meios, como navios, para o transporte de feridos 
                        e para a repatriação de prisioneiros. Nesta 
                        altura, em Genebra, a agência encarregada de todas 
                        as questões relativas aos presos de guerra foi 
                        transformada numa verdadeira colmeia, na qual três 
                        mil pessoas se ocupavam da classificação, 
                        decifragem e transmissão de 50 a 60 mil mensagens 
                        que chegavam todos os dias.
 A Segunda Guerra terminou mas os voluntários da 
                        Cruz Vermelha continuaram o seu trabalho, por todo o mundo, 
                        nas cidades devastadas. Tudo isto, tornou-se possível 
                        graças às quatro convenções 
                        de Genebra de 1949 e aos protocolos adicionais de 1977, 
                        que protegem todas as vítimas da guerra e constituem 
                        o Direito Internacional Humanitário que protege 
                        os feridos e doentes, os prisioneiros de guerra, os náufragos 
                        e as populações civis.
 A partir daí, os voluntários da Cruz Vermelha 
                        encontram-se por todo o mundo, prontos para ajudar quem 
                        precisa. Receberam a formação necessária 
                        para o desempenho da sua missão e quando há 
                        guerras ou catástrofes naturais, para além 
                        de socorrerem os feridos, também distribuem víveres 
                        e fornecem abrigos a todas as vítimas.
 Todos os elementos desta instituição se 
                        regem pelos sete princípios da Cruz Vermelha, adoptados 
                        em 1965, humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, 
                        carácter benévolo, unidade e universalidade. 
                        Movida por um sentimento de fraternidade que vai de um 
                        extremo ao outro do mundo, a Cruz Vermelha mobiliza homens 
                        e mulheres de boa vontade, sem distinção 
                        de raça, de classe social ou de religião, 
                        e contribui para a paz no mundo.
 
 Ver:
 reportagem "Cruz 
                        Vermelha" |