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Zonas balneares na Cova da Beira
Vá à praia cá dentro

POR RICARDO GUEDES PEREIRA E SÓNIA ALVES*

As praias fluviais da região são cada vez mais procuradas pelos beirões. A vigilância sanitária, responsabilidade do Ministério do Ambiente, é apertada. Os autarcas reclamam mais investimento para aproveitar potencialidades turísticas.


A promoção turística das praias fluviais
é uma medida prioritária para os autarcas

Agora que começou o Verão, é tempo dos banhistas acorrerem em massa para a praia. Longe do Atlântico, encravada entre as Serras da Estrela, Malcata e Gardunha, a Cova da Beira é um destino cada vez mais apetecível para gozar uns dias de descanso numa praia fluvial. Conscientes do potencial turístico que existe dentro dos limites da sua área de jurisdição, alguns autarcas já elegeram a promoção destes locais como prioritária para desenvolver economicamente o seu concelho ou freguesia. Belmonte, Paul e Valhelhas são apenas alguns exemplos desta realidade.
Por enquanto, o investimento que as autarquias canalizam ainda é muito restrito. Mas existe vontade política e projectos para erguer novas infra-estruturas de apoio à actividade turística. Investimentos necessários para tornar as praias fluviais da Cova da Beira, locais atractivos para captar a atenção de investidores particulares e oferecer dias "bem passados" a quem os visita. Tudo pensado a uma dimensão adequada às potencialidades regionais, como é o caso da mini-aldeia olímpica que Armando Pinto, presidente da junta de Valhelhas, ambiciona concretizar no Alto Zêzere. Ou o parque de campismo que a Câmara de Belmonte planeia erguer. Apesar de ainda existir um longo caminho a percorrer, também a vila do Paul se prepara para acolher uma praia fluvial. Neste sentido, os trabalhos de limpeza da zona escolhida para consolidar o investimento iniciaram-se nos últimos dias.

Vigilância sanitária apertada

Os banhistas, contactados durante o périplo efectuado a algumas zonas balneares da Cova da Beira, são unânimes: os beirões quando vão ao encontro dos leitos de água, que vagarosamente percorrem a região, dão sequência a uma tradição que nasceu na época dos seus avôs. Na ânsia de fugir à rotina diária das fábricas ou do trabalho nos campos, desfrutavam alguns momentos de lazer nestes locais.
Muitos hábitos mudaram, porém, desde o início do século. O mais evidente é a vigilância da qualidade ambiental das praias fluviais, actualmente exercida por autoridades competentes. Em Portugal, cabe ao Ministério do Ambiente a responsabilidade de actuar neste âmbito.
Este ano, no distrito de Castelo Branco, foram feitas análises na única praia fluvial de Belmonte, e nas praias do Açude do Pinto e das Cambas, ambas no concelho de Oleiros. Resta avançar com idêntico processo nas praias do Malhadal, Fróia e Aldeia Ruiva, localizadas em Proença-a-Nova.
Em relação ao último ano, o número de acções de vigilâncias em zonas balneares foram reduzidas por não respeitarem as normas exigidas pela União Europeia.
Depois de conhecer oficialmente a existência das praias fluviais, a entidade responsável, no distrito, pela fiscalização da sua qualidade é a Sub-Região de Saúde (SRS) de Castelo Branco. Em acções de periodicidade quinzenal, a vigilância sanitária é levada a cabo por um técnico que averigua a limpeza pública da área envolvente e faz a colheita de água que, em seguida, é enviada para o laboratório da SRS. No caso, de ser detectada níveis de má qualidade o Ministério do Ambiente é alertado.
Até agora, salvo raras excepções, as análises são consideradas "aceitáveis". Um argumento de peso para que os beirões continuem a mergulhar longe do Atlântico e próximo do coração do Interior.

*NC / Urbi et Orbi

Belmonte e Valhelhas 
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