Avaliação Externa
de Comunicação positiva
Nota positiva para a
UBI
Já foi divulgado
o relatório que a Comissão de Avaliação
Externa (CAE) elaborou àcerca das seis licenciaturas em
Comunicação do ensino universitário do sector
público e concordatário que existem em Portugal.
Globalmente, a apreciação que o grupo faz ao curso
na UBI é muito positiva, mercê sobretudo de um curriculum
equilibrado e da aposta na formação de um corpo
docente estável e especializado. Recomendações
gerais a todas as escolas: aproximar, sem uniformizar, os currículos,
através da criação de disciplinas de "tronco
comum", e maior investimento em laboratórios, ateliers,
meios informáticos e bibliotecas são muito desejáveis
numa área onde a qualidade geral do ensino é positiva,
e que conta com discentes empenhados e motivados.
Nota positiva para a UBI pela
Comissão de Avaliação Externa. O que o relatório
também revela é que a licenciatura em Ciências
da Comunicação da Covilhã continua a ser
penalizada relativamente à situação geográfica
da universidade. Se a "nota" atribuída ao curso
é globalmente positiva, em comparação, por
exemplo, com as recomendações que são feitas
às licenciaturas da universidade de Coimbra, Instituto
Superior Técnico ou Universidade Católica, o fluxo
de alunos para o interior não acompanha esses resultados.
Assim, a UBI é das universidades que possui um numerus
clausus mais baixo - cerca de 45 vagas por ano, enquanto a Nova,
no outro extremo, conta com 70 vagas - e também com a
nota mínima de ingresso mais baixa: 13,2, por comparação
com os 16 valores de Coimbra e Minho; e os 15,6 exigidos pela
Universidade Técnica.
Currículo equilibrado, corpo docente estável, boas
relações entre professores e alunos, discentes
motivados , ensino de qualidade, intercâmbio com outras
universidades, um bom programa de estágios, e domínio
estratégico de competências na área do audiovisual
foram alguns dos pontos favoráveis destacados no relatório.
Insuficiência de fundos na biblioteca, serviços
académicos, e falta de "ciberpostos", além
do manifesto incumprimento dos ratios professor/aluno recomendados
pelo ministério da tutela são apontados como as
principais debilidades a corrigir.
A UBI vista à lupa
Na apreciação individual
que faz ao curso ministrado na UBI o documento da CAE começa
por considerar "exemplar" o relatório de auto-avaliação
produzido sobre o curso, "exemplo a seguir nos futuros processos
de avaliação", e índice do empenhamento
da universidade no processo.
No capítulo das infra-estruturas, merecem nota positiva
"as boas instalações", "bons serviços
sociais", o Centro de Recursos Audiovisuais (CREA) e "a
existência de um staff técnico responsável
pelo equipamento".
A CAE ficou igualmente bem impressionada com "o potencial
de investigação que a UBI criou num relativamente
curto lapso de tempo", que se materializa num facto "particularmente
notável": o modo como "o curso constituiu uma
jovem e sólida equipa - oito mestres, muitos deles formados
em comunicação, que preparam actualmente as suas
teses de doutoramento em áreas bastante diversas, que
vão desde a Teoria da Linguagem ao cinema português
durante o Estado Novo", pese embora os inconvenientes transitórios
que as dispensas de serviço docente possam gerar no curso.
Destacada, também, a "existência de uma dinâmica
própria" no curso comprovada pela existência
de um Mestrado na área, e pela publicação
de diversos trabalhos científicos.
Recomendações
Nas áreas a merecer atenção
contam-se uma biblioteca que "está longe de satisfazer
as necessidades mínimas" necessitando de mais livros,
mais enciclopédias e mais jornais e revistas; a "falta
de espaço no atelier de audiovisual e a necessidade de
separar as áreas do audiovisual/multimédia das
áreas de informática".
A estrutura curricular da licenciatura em Ciências da Comunicação,
sobretudo se comparada com a de cursos homólogos, foi
considerada unanimemente equilibrada, evidenciando o curso "uma
sólida opção pela constituição
de um forte tronco comum", sendo que a licenciatura "dedica
uma atenção muito especial à área
das Ciências da Comunicação" e esta
é considerada "uma das suas mais fortes valias",
justificando a classificação de "curso de
banda larga".
Neste capítulo, a recomendação mais sonante
foi, "sem pôr em causa a opção científica
fundamental do plano de estudos da licenciatura", criar
uma terceira área de especialização em Audiovisual/Multimédia,
tirando pleno partido dos recursos que o CREA tem para oferecer.
Alunos não mobilizam
questões pedagógicas
No âmbito das questões
pedagógicas, em que se avaliam as relações
professores/estudantes, a CAE concluiu que "existe um controlo
estrutural de qualidade da unidade pedagógica", nomeadamente
através da existência de conselhos pedagógicos
ao nível da universidade e da unidade, órgãos
onde os alunos estão representados; embora "ao nível
mais local" esse controlo esteja "mais concentrado".
Apesar disto, os relatores concluíram igualmente que "os
próprios alunos não mobilizaram devidamente as
estruturas pedagógicas existentes", desconhecendo
mesmo o nome dos seus representantes nos órgãos
onde poderiam intervir.
Nota positiva, também, para a "estrutura bem organizada
de avaliação dos docentes pelos discentes",
nomeadamente através do preenchimento de inquéritos
exclusivamente com esse fim, aos quais é dado tratamento
estatístico. Além disso, existem horas de atendimento
afixadas, e todos os docentes publicam o programa, bibliografia
e normas de avaliação das cadeiras que leccionam
no início de cada semestre; não se registando igualmente
problemas de assiduidade por parte dos professores.
Nota mínima é
"universal"
"Espírito de curso"
e relações entre discentes e docentes "bastante
positivas" foram outras das conclusões da CAE, tendo
sido "claramente" referido pelos alunos que "os
docentes estão disponíveis, há incentivos
à participação nas aulas, e que o curso
oferece um ensino de qualidade". Também "a existência
de uma equipa de docentes jovens foi referida como um aspecto
muito positivo". Os estudantes apreciam igualmente a crescente
participação da universidade no Programa Sócrates,
a existência de um Gabinete de Estágios e as alterações
introduzidas pela reforma curricular.
A CAE ficou foi surpreendida com o facto de, nas queixas dos
alunos da Universidade da Beira Interior, dominar a questão
da "nota mínima", e considerou tal contestação
"surpreendente, tendo em conta que a existência de
uma nota mínima é comum na esmagadora maioria dos
cursos do ensino universitário público". "Na
lógica de uma maior qualidade de ensino, podia-se defender
uma posição inversa à defendida pelos alunos,
ou seja, um aumento da 'nota mínima' para 10 e a exigência
de um 12 para passar".
Empregadores satisfeitos
com formação adquirida
Registe-se ainda que, em termos
globais, a CAE concluiu que a aceitação dos licenciados
em Comunicação por parte das entidades empregadoras
é bastante positiva, sendo que estes, apesar de críticas
esporádicas, preferem recrutar profissionais entre os
detentores de uma licenciatura da área. Contrariando a
versão corrente de que os cursos de comunicação
são geradores de desemprego entre os jovens licenciados,
a CAE congratulou-se com a franca aceitação dos
jovens licenciados no mercado de trabalho, o reconhecimento por
estes das capacidades adquiridas na universidade, e a existência
de cursos com taxas de empregabilidade em áreas específicas
de comunicação de 91 por cento. "Há
em geral uma boa inserção dos diplomados no mercado
de trabalho. Os depoimentos de muitos empregadores confirmam
os pontos de vista sobre esta matéria, ainda que fossem
feitas sugestões pontuais para a melhorar". "Acautelados
os exageros, a questão decisiva sobre os cursos de comunicação
não é o desemprego previsível dos seus diplomados,
mas sim a sua competência".
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