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Globalmente positiva foi a apreciação da Comissão de Avaliação Externa dos cursos de Comunicação

 

Director de curso comenta relatório da CAE

Santos satisfeito
                             
ENTREVISTA

Relatório da Comissão
de Avaliação Externa

Conclusões

"O Curso de Ciências da Comunicação da Universidade da Beira Interior exibe um excelente nível científico e académico, sendo capaz de promover a graduação de estudantes de boa qualidade científica e profissional e com capacidade para se adaptarem facilmente às novas situações. No seu conjunto, a UBI tem feito um investimento sério no desenvolvimento do ensino e da investigação na área das Ciências da Comunicação, uma área relativamente nova no ensino universitário português.
No entanto, não podemos deixar de chamar a atenção para os seguintes pontos críticos:
1. Insuficiência dos Serviços Académicos
2. Necessidade de maior investimento em espaço e equipamento para laboratórios e audiovisual e multimédia
3. Necessidade de reforçar o apoio em pessoal técnico qualificado para a área de laboratórios, recomendando-se um mínimo de dois técnicos
4. Necessidade de investir fortemente em livros e publicações periódicas científicas
5. Necessidade de investir numa hemeroteca abrangendo a imprensa diária e não-diária, tanto nacional como estrangeira
6. Maior atenção às questões pedagógicas, sugerindo-se a criação de uma comissão pedagógica do curso
7. Maior desenvolvimento das áreas de especialização, com a criação de mais disciplinas de opção.

Manuel José Lopes da Silva, UNL

André Berten, Universidade Católica de Lovaina

Aníbal Alves, UM

Artur Anselmo Oliveira Soares, UNL

Daniel Proença de Carvalho, ex ministro da Comunicação Social

Esteban Lopez-Escobar, Universidade de Navarra

José Manuel Santos, UBI

Nelson Traquina, UNL

Roberto Carneiro, presidente do Grupo Forum".


Avaliação Externa de Comunicação positiva
Nota positiva para a UBI

Já foi divulgado o relatório que a Comissão de Avaliação Externa (CAE) elaborou àcerca das seis licenciaturas em Comunicação do ensino universitário do sector público e concordatário que existem em Portugal. Globalmente, a apreciação que o grupo faz ao curso na UBI é muito positiva, mercê sobretudo de um curriculum equilibrado e da aposta na formação de um corpo docente estável e especializado. Recomendações gerais a todas as escolas: aproximar, sem uniformizar, os currículos, através da criação de disciplinas de "tronco comum", e maior investimento em laboratórios, ateliers, meios informáticos e bibliotecas são muito desejáveis numa área onde a qualidade geral do ensino é positiva, e que conta com discentes empenhados e motivados.

Nota positiva para a UBI pela Comissão de Avaliação Externa. O que o relatório também revela é que a licenciatura em Ciências da Comunicação da Covilhã continua a ser penalizada relativamente à situação geográfica da universidade. Se a "nota" atribuída ao curso é globalmente positiva, em comparação, por exemplo, com as recomendações que são feitas às licenciaturas da universidade de Coimbra, Instituto Superior Técnico ou Universidade Católica, o fluxo de alunos para o interior não acompanha esses resultados. Assim, a UBI é das universidades que possui um numerus clausus mais baixo - cerca de 45 vagas por ano, enquanto a Nova, no outro extremo, conta com 70 vagas - e também com a nota mínima de ingresso mais baixa: 13,2, por comparação com os 16 valores de Coimbra e Minho; e os 15,6 exigidos pela Universidade Técnica.
Currículo equilibrado, corpo docente estável, boas relações entre professores e alunos, discentes motivados , ensino de qualidade, intercâmbio com outras universidades, um bom programa de estágios, e domínio estratégico de competências na área do audiovisual foram alguns dos pontos favoráveis destacados no relatório. Insuficiência de fundos na biblioteca, serviços académicos, e falta de "ciberpostos", além do manifesto incumprimento dos ratios professor/aluno recomendados pelo ministério da tutela são apontados como as principais debilidades a corrigir.

A UBI vista à lupa

Na apreciação individual que faz ao curso ministrado na UBI o documento da CAE começa por considerar "exemplar" o relatório de auto-avaliação produzido sobre o curso, "exemplo a seguir nos futuros processos de avaliação", e índice do empenhamento da universidade no processo.
No capítulo das infra-estruturas, merecem nota positiva "as boas instalações", "bons serviços sociais", o Centro de Recursos Audiovisuais (CREA) e "a existência de um staff técnico responsável pelo equipamento".
A CAE ficou igualmente bem impressionada com "o potencial de investigação que a UBI criou num relativamente curto lapso de tempo", que se materializa num facto "particularmente notável": o modo como "o curso constituiu uma jovem e sólida equipa - oito mestres, muitos deles formados em comunicação, que preparam actualmente as suas teses de doutoramento em áreas bastante diversas, que vão desde a Teoria da Linguagem ao cinema português durante o Estado Novo", pese embora os inconvenientes transitórios que as dispensas de serviço docente possam gerar no curso. Destacada, também, a "existência de uma dinâmica própria" no curso comprovada pela existência de um Mestrado na área, e pela publicação de diversos trabalhos científicos.

Recomendações

Nas áreas a merecer atenção contam-se uma biblioteca que "está longe de satisfazer as necessidades mínimas" necessitando de mais livros, mais enciclopédias e mais jornais e revistas; a "falta de espaço no atelier de audiovisual e a necessidade de separar as áreas do audiovisual/multimédia das áreas de informática".
A estrutura curricular da licenciatura em Ciências da Comunicação, sobretudo se comparada com a de cursos homólogos, foi considerada unanimemente equilibrada, evidenciando o curso "uma sólida opção pela constituição de um forte tronco comum", sendo que a licenciatura "dedica uma atenção muito especial à área das Ciências da Comunicação" e esta é considerada "uma das suas mais fortes valias", justificando a classificação de "curso de banda larga".
Neste capítulo, a recomendação mais sonante foi, "sem pôr em causa a opção científica fundamental do plano de estudos da licenciatura", criar uma terceira área de especialização em Audiovisual/Multimédia, tirando pleno partido dos recursos que o CREA tem para oferecer.

Alunos não mobilizam
questões pedagógicas

No âmbito das questões pedagógicas, em que se avaliam as relações professores/estudantes, a CAE concluiu que "existe um controlo estrutural de qualidade da unidade pedagógica", nomeadamente através da existência de conselhos pedagógicos ao nível da universidade e da unidade, órgãos onde os alunos estão representados; embora "ao nível mais local" esse controlo esteja "mais concentrado". Apesar disto, os relatores concluíram igualmente que "os próprios alunos não mobilizaram devidamente as estruturas pedagógicas existentes", desconhecendo mesmo o nome dos seus representantes nos órgãos onde poderiam intervir.
Nota positiva, também, para a "estrutura bem organizada de avaliação dos docentes pelos discentes", nomeadamente através do preenchimento de inquéritos exclusivamente com esse fim, aos quais é dado tratamento estatístico. Além disso, existem horas de atendimento afixadas, e todos os docentes publicam o programa, bibliografia e normas de avaliação das cadeiras que leccionam no início de cada semestre; não se registando igualmente problemas de assiduidade por parte dos professores.

Nota mínima é "universal"

"Espírito de curso" e relações entre discentes e docentes "bastante positivas" foram outras das conclusões da CAE, tendo sido "claramente" referido pelos alunos que "os docentes estão disponíveis, há incentivos à participação nas aulas, e que o curso oferece um ensino de qualidade". Também "a existência de uma equipa de docentes jovens foi referida como um aspecto muito positivo". Os estudantes apreciam igualmente a crescente participação da universidade no Programa Sócrates, a existência de um Gabinete de Estágios e as alterações introduzidas pela reforma curricular.
A CAE ficou foi surpreendida com o facto de, nas queixas dos alunos da Universidade da Beira Interior, dominar a questão da "nota mínima", e considerou tal contestação "surpreendente, tendo em conta que a existência de uma nota mínima é comum na esmagadora maioria dos cursos do ensino universitário público". "Na lógica de uma maior qualidade de ensino, podia-se defender uma posição inversa à defendida pelos alunos, ou seja, um aumento da 'nota mínima' para 10 e a exigência de um 12 para passar".

Empregadores satisfeitos
com formação adquirida

Registe-se ainda que, em termos globais, a CAE concluiu que a aceitação dos licenciados em Comunicação por parte das entidades empregadoras é bastante positiva, sendo que estes, apesar de críticas esporádicas, preferem recrutar profissionais entre os detentores de uma licenciatura da área. Contrariando a versão corrente de que os cursos de comunicação são geradores de desemprego entre os jovens licenciados, a CAE congratulou-se com a franca aceitação dos jovens licenciados no mercado de trabalho, o reconhecimento por estes das capacidades adquiridas na universidade, e a existência de cursos com taxas de empregabilidade em áreas específicas de comunicação de 91 por cento. "Há em geral uma boa inserção dos diplomados no mercado de trabalho. Os depoimentos de muitos empregadores confirmam os pontos de vista sobre esta matéria, ainda que fossem feitas sugestões pontuais para a melhorar". "Acautelados os exageros, a questão decisiva sobre os cursos de comunicação não é o desemprego previsível dos seus diplomados, mas sim a sua competência".

 






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