Cinco anos após a primeira
peça
Sagres descola em 2002
O responsável pelo
projecto de construção de um avião pelo
curso de Engenahria Aeronáutica da UBI, baptizado de Sagres,
acredita que a máquina pode levantar voo dentro de dois
anos. Neste momento, tudo depende das negociações
a decorrer entre o departamento de aeronáutica e uma empresa
do mesmo ramo.
Estão em curso as negociações
entre o departamento de aeronáutica e uma empresa do ramo
com o objectivo de trazer à Covilhã um profissional
para orientar a construção do Sagres. Pedro Gamboa,
responsável pelo projecto, não revela nomes, mas
garante que "se tudo correr bem, em dois anos o Sagres está
pronto".
Segundo este docente "dentro do horário estabelecido,
o orientador irá dedicar-se exclusivamente ao acompanhamento
dos alunos que participam na construção".
Com esta estratégia ultrapassa-se uma das causas do atraso
da construção deste protótipo nos dois últimos
anos, a indisponibilidade dos docentes para orientarem os alunos.
" O trabalho é muito para professores e assistentes,
e há falta de tempo para coordenar um projecto extra-curricular",
explica Pedro Gamboa.
No entanto, o problema do financiamento do projecto mantém-se:
"Contamos só com o orçamento do departamento,
que já é limitado para as necessidades do curso,
e portanto insuficiente para nós".
Tudo pronto em 2002
O novo orientador, a concretizarem-se
as negociações em curso, juntar-se-á a Pedro
Gamboa e Miguel Angelo Silvestre, responsáveis pela condução
do projecto; e ainda seis alunos. Estes serão convidados
a participar, tendo em conta os conhecimentos e a capacidade
de trabalho demonstrada.
O grupo de trabalho terá a seu cargo a finalização
do projecto e a conclusão da construção.
"O Sagres é um protótipo e como tal é
construído à medida que se projecta" esclarece
Pedro Gamboa. A organização de um arquivo documental
de todo o processo será outra das suas funções,
essencial para a máquina conseguir a certificação
do Instituto Nacional de Aviação Civil.
Cinco anos de vida
O projecto Sagres nasceu em 1995, pela mão de Cláudio
Barros, da Universidade Federal de Minas Gerais, professor da
cadeira de Projecto do curso de aeronáutica da UBI. A
decisão de concretizar um avião monomotor foi idealizada
no âmbito desta disciplina, "que une professor e alunos
num objectivo comum". Em Setembro desse ano são montadas
as primeiras peças, sete meses depois da ideia ter surgido.
Em 1997, junta-se ao projecto o professor Rogério Pinto
Ribeiro, que dedicou ao Sagres todo o seu tempo livre, orientando
as técnicas de construção até princípios
de 1998.
A sua saída da UBI "marcou o início da crise
do projecto". Desde então, Pedro Gamboa e Miguel
Angelo Silvestre, ajudados por três alunos, tomaram a responsabilidade
pela continuidade.
Cristina Mendes |