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Obra musical emociona belmontences

Todos as pessoas que assistiram à apresentação da Sinfonia nº 2 "Pedro Álvares Cabral", na última quarta-feira, 26, confessam terem vivido uma experiência "memorável". Um sentimento expresso depois de, na Igreja Matriz de Belmonte, terem escutado uma sinfonia que ao longo de cinco andamentos comemora o aniversário da descoberta do Brasil.
Esta obra, que totaliza quase 42 minutos, é da autoria do maestro Luís Cipriano. A sua letra foi extraída da carta de Pêro Vaz de Caminha, na qual relata a aventura do famoso navegador belmontense em Terras de Vera Cruz.

Pavilhão acolhe ensaios

Participam na Sinfonia nº 2 "Pedro Álvares Cabral" 120 executantes que integram o Coro Misto da Covilhã e a Orquestra Sinfónica da EPABI. Quatro músicos, com idades compreendidas entre os nove e os 12 anos, fazem a sua estreia nesta obra que Luís Cipriano demorou uma semana e meia a compor. Horas a fio, ininterruptamente, dedicadas à sua elaboração.
Os ensaios e a gravação dos cinco andamentos decorreram entre os dias 21 e 25 deste mês, no pavilhão da Escola Secundária Frei Heitor Pinto, Covilhã. Embora este local disponha de boas condições acústicas, o maestro critica a ausência de bons locais na cidade serrana capazes de acolher este tipo de actividades. "A Covilhã dá bons auditórios a colectividades que jogam sueca. Se assim continua, as associações culturais e musicais vão ter de jogar sueca", adianta.
A Orquestra Sinfónica da EPABI e o Coro Misto da Covilhã preparam-se agora para apresentar, em digressão no Brasil, a Sinfonia nº 2, ao longo do mês de Setembro. Em Portugal, também vai ser lançada, oficialmente, em 10 de Junho uma edição de 1000 CD's.


500 anos da Descoberta do Brasil
Sinfonia celebra Cabral
POR RICARDO GUEDES PEREIRA*

No dia do concelho, muitos foram os actos de comemoração da descoberta do Brasil. Além da Sessão Solene nos Paços do Concelho, houve uma missa evocativa, a tradicional procissão em Honra de N. Srª da Esperança e uma sinfonia em honra de Pedro Álvares Cabral

O programa de festividades do dia do concelho de Belmonte promovido ao longo da última quarta-feira, 26, foi dominado pelas comemorações dos 500 anos da Descoberta do Brasil. Recorde-se que o dia deste concelho beirão, coincide com o aniversário da celebração da primeira missa no Brasil, ocorrido naquele dia em 1500. Cerimónia que o navegador belmontense Pedro Álvares Cabral, um homem de fé, mandou celebrar.
Em termos culturais, o ponto alto do dia foi a apresentação da Sinfonia nº 2 "Pedro Álvares Cabral" da autoria do maestro Luís Cipriano, na Igreja Matriz de Belmonte (ver caixa).
Antes, no final da manhã, centenas de belmontenses assistiram ao hastear de bandeiras com a presença de Armando Vara, ministro adjunto do primeiro-ministro. O governante, acompanhado por Dias Rocha, presidente da Câmara Municipal, presidiu à Sessão Solene no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Seguiu-se, depois, uma romagem à Estátua de Pedro Álvares Cabral e uma breve visita ao Castelo de Belmonte a fim de inaugurar duas exposições. Uma sobre o futuro Centro Cultural e Auditório Municipal da responsabilidade do arquitecto João Rafael, e "Sinais da Viagem", uma mostra de trabalhos de pintura da autoria de Daniel Nave. Ao princípio da tarde, decorreu também uma missa, presidida por D. Albino Cleto, bispo coadjutor de Coimbra, em representação dos bispos da Guarda e Coimbra. Concelebrou também o ex-bispo de Pemba (Moçambique) D. José Garcia, além de vários sacerdotes. Acto religioso que terminou com a Procissão em Honra de Nossa Senhora da Esperança, que percorreu algumas ruas da vila.

Palco de festejos nacionais

Ao longo do discurso que proferiu durante a Sessão Solene, Dias Rocha reafirmou a vontade da vila de Belmonte vir a ser palco, a nível nacional, de acções importantes, no âmbito das Comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. Desejo formulado na presença de Ana Maria, representante da Comissão Nacional das Comemorações, e que se torna mais legitimo, argumenta, em virtude de Belmonte ser a terra onde Pedro Álvares Cabral nasceu.
Armando Vara, no final dos festejos de quarta-feira, escutou do presidente do município beirão pedidos de investimento para levar por diante a execução de infra-estruturas cruciais para o futuro do concelho. Antes, o ministro adjunto já tinha sublinhado que acredita que "o País pode contar com Belmonte para as parcerias necessárias ao desenvolvimento".

Convite a Fernando Henrique Cardoso

Dias Rocha foi o anfitrião dos festejos, pouco tempo depois de regressar do Brasil, integrado na Comitiva Presidencial que participou nas comemorações oficiais do "Avistamento das Terras de Vera Cruz", durante o último fim de semana, 22 e 23. Um sinal que Dias Rocha "fez as pazes" com aquele país depois de afirmar que se sentia magoado com a ausência em Belmonte do presidente do Brasil nas cerimónias de homenagem a Pedro Álvares Cabral. Sobre a sua breve estadia do outro lado do Atlântico, Dias Rocha recorda que foram dias "vividos com emoção e grande sentimento de felicidade e orgulho". Durante a ocasião, endereçou, ainda, a Fernando Henrique Cardoso, presidente do Brasil, um convite para visitar, ainda este ano, a vila de Belmonte.
Hoje, sexta-feira, o edil desloca-se, novamente, ao Brasil com o objectivo de "reafirmar a intenção de fortalecer os laços que nos unem à Costa do Descobrimento". Oportunidade para visitar, na companhia de representantes de outros oito municípios portugueses, a Casa Cabral de Belmonte, localizada em Santa Cruz Cabrália, e participar na celebração da segunda missa no Brasil, em 1 de Maio, segunda-feira, que decorreu há 500 anos atrás.

*NC / Urbi et Orbi

 






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