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Pegadas de dinossauros na serra d'Aire sem protecção
Trilhos jurássicos
em risco de desaparecer

Tinham 175 milhões de anos e estavam praticamente intactas. Hoje têm mais seis e podem não sobreviver ao profundo desgaste a que a erosão e a acção humana as têm submetido. As pegadas de dinossáurios descobertas na serra d'Aire em Junho de 1994 estão longe da frescura dessa data e em risco de não durar sequer mais seis anos. Um património mundial valiosíssimo à mercê do tempo e da ignorância.

Pode-se dizer que esta história já começou mal. Descoberta em Junho de 1994, só dois anos depois, em Outubro, é que a jazida paleontológica da serra d'Aire foi classificada como monumento natural. Até lá, os trilhos jurássicos estiveram expostos à erosão, à circulação de máquinas e ao trabalho da pedreira do Bairro. O resultado foram várias fissuras nas lajes de suporte das pegadas.
Entretanto, e apesar dos muitos planos que nasceram para preservar e rentabilizar o local, a situação não se alterou significativamente.
Os responsáveis pelo Parque Natural das Serras d'Aire e Candeeiros (PNSAC) aguardam os resultados de um estudo encomendado ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para protecção e preservação das pegadas de dinossáurios. Um estudo que, devido à sua complexidade e falta de precedentes, "poderá demorar mais algum tempo".
O espaço foi aberto ao público em Março de 1997, e desde então já recebeu cerca de 90 mil visitantes. As potencialidades turísticas do achado levaram o PNSAC a planear "a criação de um jardim jurássico com fetos gigantes e plantas não espermatófilas, características do período jurássico", declarou o director do Parque, Olímpio Alegre Pinto, ao Jornal Público. Outra das infra-estruturas planeadas é um parque infantil, simultaneamente lúdico e didáctico, que alerte as crianças para a necessidade de conservar a natureza.

 

 
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