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Exmo Senhor Director

No dia 7 de Abril, e no âmbito da Cadeira de Métodos e Técnicas da Educação, deslocámo-nos à Escola Campos Melo onde decorria a Semana Cultural. Os alunos desenvolviam actividades abordando diversas temáticas como a Química, Física, Matemática...

No domínio da Matemática as actividades reflectiam a matematização de situações concretas, reais, privilegiando o carácter pragmático das aplicações na vida quotidiana.

A adesão dos alunos foi notória. Fiquei fascinada ao constatar o interesse e empenho com que os alunos se dedicavam ao desenvolvimento de tais actividades, das quais faziam parte a interpretação de cartazes ilustrativos de situações matemáticas no dia a dia, nas artes, na natureza...; a exploração de softwares educativos, a construção de caleidoscópios e resolução de problemas elucidativos.

Face à realidade actual da escola, que se traduz essencialmente no insucesso, na indisciplina, na inadaptação, a formação do "saber-fazer" reveste-se de grande importância. Ao contrário do que muitos possam pensar a semana cultural nas escolas não é uma perda de tempo, muito pelo contrário, recuperam-se semanas de trabalho. Estes desafios propostos aos alunos constituem uma experiência enriquecedora e uma forma de proporcionar o conhecimento abrangendo diversos domínios do desenvolvimento: cognitivo, afectivo, social e moral.

Estas iniciativas promovem o interesse e curiosidade pela Matemática motivando o aluno para a aprendizagem daquela que é hoje em dia a disciplina alvo de maior insucesso escolar, encorajando-o a novas descobertas e a transportar o interesse e gosto pela Matemática para a sala de aula. Gera-se um ambiente agradável de trabalho onde se estabelecem relações entre alunos e professores, revestindo-se dum espírito de cooperação e de boa disposição para o trabalho, essenciais também na sala de aula.

A situação de "responsabilidade" mas de autonomia em que se encontra o aluno promove o seu desenvolvimento pessoal no contexto da aprendizagem, contribuindo, de alguma forma, para a sua realização pessoal e para uma melhoria do seu auto-conceito social e académico. A introdução de experiências novas deste tipo proporcionam ao aluno novos métodos para aprender a aprender, em que este desempenha um papel activo na construção do seu conhecimento, bem como o desenvolvimento do espírito de iniciativa e crítico do educando.

É do interesse de todos nós contribuir para uma melhoria das condições de trabalho, estimulando a predisposição do aluno para agir e aprender e transportando-o para o mundo da magia e quase utópico que é aquele em que o gosto pela Matemática é uma constante.

Liliana Pereira Dias

Aluna do 3º Ano da Licenciatura em Matemática (Ensino)

 


GERAÇÃO NEXT

Como alunas do curso de Física, na vertente de ensino na Universidade da Beira Interior, consideramos que a visita à semana cultural da Escola Secundária Campos Melo, por sugestão da nossa professora de Métodos e Técnicas da Educação no dia da Física e da Química, seria um processo interessante de tomada de conhecimento das actividades leccionadas no âmbito daquelas disciplinas, o que viria de encontro à nossa curiosidade como futuras professoras de Física.

A memória que guardávamos da Escola Campos Melo, embora não tivesse sido a nossa, era a de uma escola centenária impregnada na sua ostentosa e silenciosa arquitectura, mas onde a vivacidade dos alunos reinava. Hoje, a escola surpreendeu-nos pelo facto de que depois do toque usual de saída das salas de aula, surgisse um fundo musical bem ao gosto dos estudantes da escola, o que decerto consiste num projecto para a motivação dos alunos.

Chegámos à biblioteca da escola, aí estava patente uma interessante feira do livro, de seguida a nossa turma visitou os laboratórios de Física e Química, onde em cada bancada e divididos em grupos de dois ou três, estavam os alunos do oitavo até décimo primeiro ano daquele estabelecimento de ensino, acompanhados de alguns professores, que orientavam as experiências e as respectivas conclusões dos seus alunos.

É de ressaltar o entusiasmo e a avidez com que todos participavam na transmissão dos seus conhecimentos aos colegas e a todos os visitantes da escola, nesta semana cultural. No laboratório de Física foi possível assistir a experiências do vazio, da propulsão, da determinação das velocidades do som e da luz, da tina de ondas, de difracção e refracção da luz, espectroscopia, holografia, disco de Hartt, subtracção e soma de cores, modelos de líquido e de gás e conservação do momento linear. Enquanto que no laboratório de Química assistimos à determinação dos pontos de ebulição do álcool etílico e da água (com a variação dos pontos de ebulição da água a diminuírem com a altitude e com as impurezas), às destilações fraccionada e simples, determinação do pH, reacções de combustão e de precipitação, ensaios de chama para identificação dos catiões, cromatografia, explicação da tensão superficial e até do modo como se fabrica o sabão.

Estas iniciativas são importantes, porque permitem que alunos e professores estejam sincronizados num mesmo projecto e mostrem a toda a escola o seu trabalho. E além disso merecem especial atenção, não só pelo trabalho de equipa a que obriga, mas também porque interliga a escola a toda a comunidade, pois as actividades lectivas não devem restringir-se à área da escola, mas serem muito mais abrangentes e envolventes.

Em termos pedagógicos é uma estratégia que permite desenvolver a motivação dos alunos em relação às disciplinas levando-os a que demonstrem que são capazes de explicar e aplicar o que aprenderam nas aulas. O acto dos alunos de participar nestas e outras actividades, porque consiste em saber fazer, anunciar ou comunicar, pormo-nos em comum, é um acto eminentemente social. Através dele entramos em relação uns com os outros e, em função do meio e das nossas experiências e interpretações, orientamos a nossa percepção da realidade e tomamos parte na sua construção social. E a experiência diz-nos também que sempre que o fazemos nesta relação, não só melhoramos a nossa interpretação do que nos circunda, como ganhamos em economia de esforços. De todo o modo, com esse acto pomos à disposição, compartilhamos, e com isso temos a nossa parte em e fazemos a nossa afirmação pessoal.

Felizmente que as coisas já não são o que eram, obviamente que estes alunos já não irão sentir dificuldades no manuseamento do material de laboratório, quando chegarem ao ensino superior, uma vez que já tiveram aulas práticas no secundário e foram motivados para uma participação activa, em termos laboratoriais, em actividades como esta da semana cultural. Esta culminará com um sarau cultural no Teatro Cine, previsto para o dia 28 de Abril, que em termos de organização é da responsabilidade do clube da escola Criar Laços, com o apoio do Grupo de Intervenção Cultural da Covilhã. Esta motivação dos alunos constitui uma das principais preocupações dos responsáveis políticos, dos professores e dos pais. De realçar que a nível político, as reformas dos sistemas educativos que têm sido realizadas na maior parte dos países industrializados, apresentam como objectivos principais a motivação, a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos.

"A educação e o ensino não são mais um relato ou transmissão de verdades estabelecidas mas a possibilidade de experiências relevantes e oportunidades de diálogo de modo a que a construção de significados possa emergir".
Arends

Esta nossa visita à Escola Secundária Campos Melo, permitiu-nos reforçar a nossa perspectiva de que é imprescindível uma aproximação entre a universidade e as escolas secundárias, para que os futuros professores, sintam com este contacto, o que é a realidade do ensino.

"É fundamental que o estudante adquira uma compreensão e uma percepção nítida dos valores. Tem de aprender a ter um sentido bem definido do belo e do moralmente bom".
Albert Einstein

BEM-VINDA GERAÇÃO NEXT

Alexandra Batista e Teresa Raquel Barata


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