<Minas da Panasqueira>
Conflito laboral leva
trabalhadores a Lisboa
Os trabalhadores das Minas da Panasqueira vão concentrar-se
em Lisboa no próximo dia 23, em protesto contra o conflito
laboral na empresa.
"Os mineiros fizeram uma análise ao conflito laboral
existente na empresa e cujo processo tem origem nas reivindicações
dos trabalhadores, que ainda não foram satisfeitas, e
em compromissos por cumprir por parte da entidade patronal",
referiu Bernardo Gouveia, da direcção da delegação
regional da Panasqueira.
De acordo com este responsável, "ao longo dos últimos
anos, a administração - a pretexto de falta de
competitividade da empresa no mercado do volfrâmio - tem
colocado o espectro do desemprego para fugir à justa actualização
dos salários e chegou mesmo em 1999 a dar início
a um processo de despedimento colectivo com base neste pretexto".
Em finais de 1999, segundo a administração, parecia
ter-se conseguido o equilíbrio financeiro e por isso era
previsível haver aumentos salariais em Janeiro último.
No entanto, contrariando estas expectativas, a administração
argumentou como anteriormente, queixando-se da forte concorrência
vinda do exterior do espaço europeu", sublinhou.
"UE deve comprar volfrâmio
português"
Dado que no próximo dia 23 vão
estar em Lisboa os governantes dos 15 países da União
Europeia, sob a presidência portuguesa, para discutir a
questão do emprego, "entendemos que Portugal pode
e deve obter garantias de que a Europa, para satisfazer todas
as suas necessidades de volfrâmio, passará a consumir
este minério comprando-o a Portugal".
As Minas da Panasqueira, situadas numa encosta da Serra da Estrela,
foram até 1993 as últimas minas de tugsténio
da Comunidade em laboração. A média mensal
de produção era então de cerca de 110 toneladas
de concentrados de volframio e estanho, que eram vendidas para
os Estados Unidos da América, Japão, Reino Unido
e Espanha, enquanto os concentrados de cobre eram vendidos à
indústria nacional.
NC / Urbi et Orbi
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