<Quinhentos anos da Descoberta
do Brasil>
Berço de Cabral inicia
comemorações
Na cerimónia estiveram
presentes 80 cadetes da Marinha Portuguesa, ainda assim foi muito
notada a ausência do Presidente da República. O
programa do evento continua na próxima quinta-feira, 17
Foi dado na quinta-feira, 2, "o pontapé
de saída" das comemorações dos 500
anos da descoberta do Brasil, por Pedro Alvares Cabral, em Belmonte.
A Marinha Portuguesa homenageou o navegador português com
a presença de 80 cadetes acompanhados pelo contra-almirante,
Américo Silva Santos. Apesar de distante do mar, Belmonte
foi berço de navegadores, uma situação realçada
por aquele responsável da marinha: "Belmonte é
origem de um dos maiores expoentes desta marinha. Esta zona,
estes ares, estas águas do Zêzere contribuíram
para formar o carácter marinheiro de Pedro Alvares Cabral,
apesar de ter nascido no Interior". Esta força naval
depositou, durante a manhã de quinta-feira, uma coroa
de flores junto da estátua Cabral.
Antes procedeu-se ao lançamento da banda desenhada sobre
o navegador, da autoria de José Pires. Obra que contou
com o apoio da Câmara Municipal de Belmonte e da Região
de Turismo da Serra da Estrela (RTSE). Jorge Patrão, presidente
desta entidade, sublinhou a importância do livro na futura
divulgação da região e do concelho de Belmonte.
Uma cerimónia simples que contou com a presença
de centenas de alunos de todas as escolas do concelho. Apesar
da ausência do presidente da República do Brasil
em Belmonte, as comemorações dos 500 anos do Descobrimento
do Brasil começaram sem sobressaltos. Dias Rocha, presidente
do município, afirmou que a presença da marinha
Portuguesa constitui "um motivo de grande satisfação".
No entanto, logo depois acrescenta: "Infelizmente também
tivemos algumas decepções, uma delas o de Belmonte
não ser incluída na visita que o Presidente da
República do Brasil faz a Portugal. Em boa hora, a marinha
portuguesa pensou o contrário".
"Uma grande frustração"
"Sentimos uma grande frustração" é
o sentimento, nas palavras do autarca, que melhor explica a tristeza
desta ausência. Uma visita, não se cansou de repetir,
que considera "natural e obrigatória", apesar
de, acrescenta, compreender as razões de Estado e protocolares.
Ainda sobre o assunto, Dias Rocha afirma que recebeu convites
para participar nas cerimónias evocativas da saída
de Cabral de Lisboa, e para se deslocar até Santarém,
terra onde Cabral passou parte da sua vida, mas recusou os convites,
porque "sentimo-nos magoados, a população
de Belmonte não me perdoaria se soubesse que estava a
participar noutras realizações fora de Belmonte".
O resto do programa das comemorações do quinto
centenário vai, segundo Dias Rocha, ter a dignidade que
a memória do navegador Pedro Alvares Cabral merece. Assim,
o colóquio "Pedro Alvares Cabral, o Brasil e o Futuro",
a cargo da Universidade Católica Portuguesa, realiza-se
na próxima sexta-feira, 17, às 16 horas. O concerto
dos fadistas António Pinto Basto e Ana Bobone, decorre
no mesmo dia, às 21 horas.
NC / Urbi et Orbi |