Falta de água preocupa autarcas
"Nova Barragem das
Penhas da Saúde é vital"
A Covilhã pode estar na iminência
de uma seca bastante grave. 0 presidente da Câmara Municipal
Carlos Pinto, mostra-se bastante preocupado com a demora do processo
para a construção da segunda Barragem das Penhas
da Saúde. 0 Instituto de Meteorologia (IM) revela que,
face aos baixos níveis de precipitação acumulados
no solo, a Beira Interior e a região mais preocupante
O autarca covilhanense, Carlos Pinto, escreveu
uma carta ao ministro do Ambiente, José Sócrates,
onde refere a preocupação dos munícipes
com a possível incapacidade da Barragem do Viriato para
abastecer convenientemente a cidade nos meses de Verão.
Na missiva, Pinto realça também a sua apreensão
com o atraso na aprovação do estudo de Impacto
Ambiental da nova Barragem das Penhas da Saúde. Os reduzidos
índices de água da Barragem do Viriato são
um indicador preciso da "necessidade de novos reservatórios
para a cidade", de acordo com o edil covilhanense.
"Este é um ano fulcral para abrir o concurso público,
pois a Covilhã não pode continuar, de futuro, a
viver com medo de ficar sem água", salienta.
A falta de chuva já levou os Serviços Municipalizados
da Covilhã a cortar o fornecimento para regas. Estes serviços
estão já a tomar medidas habituais apenas no verão,
ou seja, utilizar todas as formas possíveis para colmatar
a falta de água, o que inclui, por exemplo, o recurso
às minas. No entanto, a situação ainda não
é alarmante, pois o abastecimento das populações
continua assegurado.
Pluviosidade na Beira Interior preocupa
IM
A reforçar estas preocupações,
os dados estatísticos do Instituto da Meteorologia (IM)
previnem a eventualidade de uma seca na região, caso nos
próximos meses não se registrem mais chuvas.
Desde o início do ano agrícola, a 1 de Setembro
de 1999, Fevereiro foi o mês mais seco.
Em Castelo Branco os valores médios de precipitação
foram de 60%, pelo que "apenas se pode considerar este período
seco na Beira Interior", revelou à agência
Lusa o Instituto Português de Meteorologia e Geofísica
(IM), sendo normal a situação no resto do territ6rio.
No entanto, a situação não é ainda
alarmante, tendo em conta a elevada pluviosidade registada em
Setembro e Outubro.
Mas a situação pode reverter-se. A técnica
do Departamento de Climatologia do Instituto, Fátima Espírito
Santo, refere que basta apenas que o ditado se confirme e as
"águas mil" de Abril podem normalizar a humidade
dos solos. A justificação pode estar no desvio
ao que se convencionou chamar "meses de Inverno". A
subida das temperaturas mínimas e máximas, a par
da pouca chuva, são as razões apontadas pelo estudo
do IM para a presente situação de risco. |