Após um incompreensível
Safe (um dos piores filmes que já vi, juro), eis que Todd
Haynes surge com este tragi-cómico Velvet Goldmine.
Se bem que pobre na realização e fraquito a nível
de argumento, este retrato de época do glam rock inglês
e americano dos anos 70 transmite o brilho das luzes reflectido
nas lantejoulas e o fru-fru (!) das plumas ao som de David Bowie.
Por outro lado mostra um re-despertar sexual da juventude anglo-sáxonica,
bem diferente do flower-power da década anterior.
A realização e montagem sugerem trabalho de televisão
(tal como o já referido Safe, mas é melhor não
falarmos desse) e a banda sonora é a rainha da festa,
com Placebo, Pulp, Roxy Music e muito outros a fazer o som dominar
a imagem. Só faltam os Suede.
A nível de actuações, temos um Ewan Mcgregor
a simular o Kurt Kobain em palco (mas fá-lo tão
bem!), Jonathan Rhys-Meyers num papel andrógino totalmente
"cool" e o protagonista, Christian Bale, a cumprir
a missão sem brilho mas também sem nódoa.
Se não conseguiram apanhá-lo em Cinema não
há desculpas para não o ver pois está disponível
num video-clube da cidade.
Pedro Homero |