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Congresso propõe engenharia para contornar a crise
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 4 de dezembro de 2013 · @@y8Xxv Ao longo de três dias, os mais de 150 participantes da ICEUBI 2013 Conferência Internacional de Engenharia mostram que o sector tem propostas para o desenvolvimento. Na sessão de abertura reclamaram-se soluções para atrair mais alunos |
O ICEUBI 2013 encerrou com o Concurso "Humberto Santos" de Pontes de Esparguete |
21964 visitas A ideia foi transversal a todo o evento e estava, desde logo, no título do encontro científico: a engenharia tem um papel importante no desenvolvimento económico. E desde a sessão inaugural do ICEUBI 2013 – Conferência Internacional de Engenharia que o argumento foi reforçado, não só no sentido de alertar para uma das possíveis respostas a dar à crise que o país atravessa, mas igualmente para reclamar políticas públicas que atraiam mais estudantes do ensino secundário para esta área de formação. “Não há na nossa história um período em que o desenvolvimento económico não esteja associado a uma aposta na engenharia. Se analisarmos a história recente, vemos que a aposta na indústria e nas infraestruturas foi um fator determinante para o crescimento económico”, lembrou o bastonário da Ordem dos Engenheiros, no lançamento do congresso, na quarta-feira, dia 27. Ao mesmo tempo que reclamou contra aquilo que chama “desvalorização da engenharia”, Carlos Matias Ramos refletiu em torno do que aparenta ser um paradoxo: apesar da importância desta área, e de “não haver desemprego entre os seus profissionais”, os jovens não optam por esta formação. Uma preocupação partilhada por António Fidalgo que, tal como o responsável da Ordem dos Engenheiros, pede que este assunto faça parte das preocupações nacionais. “Temos o problema do acesso e é inegável”, começa por explicar o reitor da Universidade da Beira Interior (UBI). “Nós temos um problema quando os inscritos em Físico-Química no ensino secundário são inferiores às vagas oferecidas pelas instituições de ensino superior no âmbito das engenharias. É um problema da sociedade portuguesa e isto tem muito que ver com a crise que estamos a passar”, acrescentou o responsável. Criar condições para que no ensino secundário seja maior o estímulo para disciplinas como a Matemática e Físico-Química e o incentivo às famílias foram duas propostas avançadas pelo reitor da UBI e o bastonário da Ordem dos Engenheiros. Para ambos, tal como pensam João Carlos Lanzinha, presidente da comissão organizadora do ICEUBI 2013, e Mário Freire, presidente da Faculdade de Engenharia da UBI, faltam apenas os alunos, uma vez que a formação nas instituições de ensino superior nacionais, e na UBI em particular, é de qualidade. “Se assim não fosse, não éramos procurados por países desenvolvidos como a Noruega, Alemanha, Grã-Betanha e outros para divulgarmos as oportunidades que existem lá para os engenheiros”, sublinha Carlos Matias Ramos. A importância da engenharia a nível nacional e, também, enquanto opção de carreira, que tanto marcou o ato inaugural do ICEUBI 2013, prolongou-se por três dias.
“Estamos cá para alavancar o desenvolvimento” “Nós queremos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que o país alavanque o seu desenvolvimento. A engenharia está cá para isso”, manifestou João Carlos Lanzinha, já no final do congresso onde estiveram presentes participantes de vários países. Os artigos apresentados em várias áreas “mostraram que há muito potencial”, acrescenta o responsável, “não só na investigação, mas também para ser aproveitado pelas empresas”. O evento realizado na UBI – descrita como uma instituição marcada na sua história pela engenharia – serviu ainda para o estabelecimento de contactos com outros países, que podem resultar em protocolos de cooperação que impliquem o intercâmbio de alunos e investigadores. O congresso terminou com o já habitual Concurso "Humberto Santos" de Pontes de Esparguete, onde foi batido novo recorde. O ICEUBI 2013 teve a participação de 150 inscritos, provenientes de universidades de Portugal, Argélia, Brasil, Espanha e contributos de países como Polónia, Itália, Rússia, Irão, Sudão e Venezuela. |
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