Em 2012, depois de já ter sido bem sucedido em anos anteriores, Marco Canário Oliveira decidiu mudar de desenho. E correu mal. A ponte, construída num material aparentemente tão frágil como o esparguete, apresentou-se a concurso e não aguentou com uma carga superior a 70 quilos. Este ano, ultrapassou todas as expectativas. O modelo construído por este antigo aluno de Engenharia Eletromecânica da Universidade da Beira Interior (UBI) suportou 145,6 quilogramas de chumbo. Instalou-se a surpresa na sala cheia, onde decorreu a XIII edição do Concurso "Humberto Santos" de Pontes de Esparguete, porque estava batido mais um recorde do certame que encerrou o ICEUBI 2013, na sexta-feira, dia 29.

Os organizadores já não sabem até onde podem chegar as marcas das aparentemente frágeis construções. “Confesso que pessoalmente, e fazendo alguns cálculos, pensei que a resistência física do material já tivesse sido atingida. Mas pelos vistos ainda dá para mais qualquer coisa. 145 quilos é uma coisa fora de série”, disse no final do certame Pedro Dinis, docente da UBI e um dos organizadores do evento.

O vencedor, covilhanense a trabalhar atualmente em Évora, também não esperava este resultado: “Depois de construída ainda tive de fazer correções para ficar mais estável. Julgava que ia ter um resultado pior”.

A plateia, que seguiu a prova com gritos de apoio e aplausos à medida que as pontes eram testadas, teve oportunidade de perceber que a obra de Marco Canário Oliveira tinha capacidade para resistir e bater recordes. Não apenas uma vez. A marca dos 145,6 kg foi conseguida numa segunda tentativa, porque à primeira o gancho de aço que suportava a célula de carga do sistema fletiu quando carregava 114 kg. Já seria um recorde da prova, que estava em 108,6 kg.

O Concurso "Humberto Santos" de Pontes de Esparguete teve 29 pontes a concurso em duas categorias: “Resistência” e “Estética”. O segundo e terceiro lugares de Resistência ficaram para as construções de José Cardoso e Mário Gonçalves, alunos de Engenharia Aeronáutica, com 103,2 kg e 92,3 kg respetivamente.

Na Categoria "Estética", o júri constituído pelos docentes Susana Santos Henriques, Luís Moreira Pinto, Paulo de Carvalho, João Lanzinha e Cláudia Beato premiou Daniel Claro (Engenharia Eletromecânica) com o primeiro e terceiro lugares. Em segundo, ficaram Carina Reis e Hilary Marques, de Engenharia e Gestão Industrial.