Perigos da Internet não desmotivam

Se é verdade que todos os intervenientes se empolgaram com a ideia, todos têm noção dos perigos que envolvem a Internet. Falsificação de dados, utilização de identidades alheias ou sabotagem de contactos são realidades que não assustam os empresários. Cientes da necessidade da aposta nas novas tecnologias – a par do poliglotismo – os investidores deverão obter mecanismos de segurança informática que salvaguardem estas iniciativas. Lúcia Nunes acredita que as empresas saberão lidar com esta nova ferramenta: “Estão a sair cada vez mais licenciados, e isso é uma lufada de ar fresco para as empresas. Talvez isso ajude a mudar as mentalidades e faça com que adiram a estas inovações. Porque a inovação e o empreendedorismo têm de estar sempre numa empresa, caso contrário está destinada à falência”.
Da parte dos alunos, a maturidade e a apetência para procurar soluções alternativas aos seus problemas são qualidades que farão vingar este projecto. João Leitão viu isso “através da simples explicitação de como construir um blogue através de formas alternativas. Foram indicadas pistas para poder alojar ficheiros e outras ferramentas ou instrumentos, mas eles próprios, de forma autónoma, foram incentivados a identificar outro tipo de oportunidades para fazer face a obstáculos que eles encontraram”. O elevado interesse dos alunos aconteceu “porque eles viram aplicabilidade no trabalho que lhes foi proposto. Foi um desafio relativamente ao qual eles viram num curto prazo uma aplicabilidade efectiva para a melhoria do seu bem-estar individual”, explica o docente.
A iniciativa enquadra-se no processo de informatização do Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais. Este ano, cerca de 70% das inscrições dos alunos no GESP foram efectuadas através da Internet, e quase todos os contactos electrónicos com as empresas foram bem sucedidos. “Os quiosques de informação e acesso ao gabinete seriam o futuro, o auge do gabinete, mas estamos a tentar enquadrar um projecto de financiamento que o garanta”, revela Rogério Palmeiro. Esta ideia tem vindo a ser trabalhada desde 2000, mas o GESP ainda não conseguiu aprovação.
Ainda assim, aquele responsável não deixa de referir as conquistas que têm conseguido: “Já temos uma bolsa de estágios permanente, actualizada constantemente, respondemos no dia aos pedidos que nos fazem, e encaminhamos informação diariamente”. A partir dos diversos programas de estágios, o GESP recebe mais de uma dezena de estágios por semana, desenvolvendo neste momento esforços a fim de conseguir estágios fora do país. Rogério Palmeiro admite que “um dos próximos passos será a total informatização. Mas considero que o contacto pessoal tem de continuar a existir, porque há coisas que só através do contacto pessoal é que se conseguem. E essa personalização é essencial para a mais valia e para o sucesso das pessoas”.

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