Voltar à Página da edicao n. 375 de 2007-04-10
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
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“Aumentar estância de esqui não é solução”

> Igor Costa

Na sua conferência, Pedro Guedes de Carvalho frisou alguns dos aspectos mais positivos fomentados pelo desporto. Entretenimento, descontracção, relacionamento interpessoal, espírito competitivo, expressividade física e integração na natureza são algumas das vantagens que cada um dos praticantes pode colher. Para além disso, economia e saúde públicas têm muito a ganhar com o incremento do desporto no seio das populações, num sector que representa 1,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia (UE). Doenças coronárias, obesidade, diabetes, osteoporose e auto-estima são áreas clínicas que podem ser prevenidas ou remediadas pela prática desportiva na Beira Interior. O desporto é, assim, um sector com margem de progressão e viabilidade económica. Por um lado, 56 por cento dos praticantes regionais têm idades inferiores a 18 anos. Depois, porque na Beira Interior estão cerca de 20 por cento do total de praticantes nacionais do chamado “desporto para todos”.
É partindo da diversidade de práticas e de oferta que o docente da UBI propõe um novo paradigma para o turismo covilhanense. “O produto turístico «neve» está a ser usado pela curiosidade de ver a neve, mais do que para desporto. Por isso não me parece que seja de aumentar muito mais o espaço das pistas sem pensar na utilização do espaço nas épocas de Primavera, Verão e Outono em que estão praticamente abandonados.” O investigador não esquece o papel que a neve desempenha enquanto chamariz turístico para a região, mas defende um tipo de desenvolvimento integrado.
Pedro Guedes de Carvalho sustenta a sua posição com aquilo que se passa em todo o mundo. “Hoje, um hotel é uma coisa de passagem. As pessoas procuram coisas temáticas e o enquadramento paisagístico.” Com vista a responder a estes dois desafios, o docente defende que se adapte à região o que se fez em Manchester, Inglaterra, aquando da crise dos têxteis. O caminho será criar na região uma dinâmica em que haja sempre um restaurante, um bar ou uma actividade cultural ou desportiva em funcionamento. “Não é algo que aconteça de um dia para o outro, mas se for passando a palavra de que nessa região há sempre algo que fazer, as pessoas vão”, referiu o orador. Ainda assim, Pedro Guedes de Carvalho está ciente do trabalho de coordenação que tal exigiria, nomeadamente na criação de estratégias de marketing organizadas. O docente completa o seu raciocínio com uma definição com que justifica a defesa de uma nova estratégia regional: “Turismo é reter os turistas na região mais dias que os que eram inicialmente previstos”.

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Data de publicação: 2007-04-10 12:44:43
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