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Vila do Carvalho: tradição serrana
Eugénia Inácio · quarta, 28 de dezembro de 2011 · Continuado Nesta freguesia covilhanense festejou-se mais um Natal marcado pela reunião das famílias, música, missa do galo e pelo madeiro de Natal. |
Presépio da Igreja do Sagrado Coração de Maria - Vila do Carvalho |
22021 visitas Na Vila do Carvalho, freguesia do concelho da Covilhã, o cheirinho a Natal começou no dia 16 de dezembro, uma sexta-feira à noite, quando a Banda Filarmónica Recreativa Carvalhense começou a tocar pelas ruas da freguesia um medley natalício, apelidado de “As Boas Festas”. Esta atividade é já uma tradição da banda. Decorre ao fim de semana durante o dia, e à noite durante a semana , percorrendo todas as ruas, com o objetivo de desejar as boas festas a todos os sócios e população carvalhense. A população abre as portas das suas casas, oferecendo doces e a tradicional jeropiga caseira que ajuda a aquecer os corpos nas noites frias de dezembro. É também uma forma de a coletividade angariar algum dinheiro, uma vez que cada família contribui monetariamente com o que pode. Entre os dias gelados nesta freguesia da Serra da Estrela, e as lareiras acesas que ajudam a combatê-lo, é chegada a azáfama do dia 24 de dezembro, dia de preparativos para a ceia de Natal. A ementa do jantar não é a mesma em todas as casas, assim como o almoço do dia 25 também muda de família para família. Uns dão preferência ao bacalhau cozido acompanhado de couve e batata cozida, outros preferem o cabrito ou o peru assado, ou ainda o arroz de pato no forno ou o polvo cozido. Apesar da crise, todos fazem o esforço para terem uma mesa farta que seja do agrado de todos os que se sentam à mesa. De seguida é dado o lugar às sobremesas, que fazem as delícias de todos e onde também não pode faltar o bolo-rei e as filhós. Ao aproximar-se a meia-noite, chega a hora da Missa do Galo, que se realizou na Igreja do Sagrado Coração de Maria e foi celebrada pelo Padre Miguel Pardal. No sermão, o Padre alertou para o facto de o Natal não ser comércio, presentes ou árvore de Natal, e ter outro significado ao qual deveria ser dado mais valor: “Natal é a celebração do nascimento de Deus” referiu. Todos os anos, no final da missa, ao som da música “Entrai pastores entrai”, entram os pastores com a sua tradicional capa que vão “adorar o menino” e de seguida é a vez de a população o fazer. À saída da missa, havia o tradicional madeiro de Natal, que foi aceso uns minutos antes da missa terminar para que quando as pessoas saíssem já estivesse a arder e pronta a aquecer a população. Como acontece todos os anos, o grupo que organizou a fogueira e tratou de ir apanhar a lenha à serra, foram os rapazes que comemoraram 18 anos de idade no ano em curso. Ao dia 25 as famílias reúnem-se novamente, as casas continuam cheias, desde pais, a filhos, avós, tios, sobrinhos e primos, e a animação também marca presença. Como não há Natal sem presentes, ao Pai Natal não fez greve e cumpriu a sua missão de distribuir umas prendinhas em todas as casas, numas mais do que noutras, mas mesmo assim não faltaram. Em algumas casas, os mais ansiosos não conseguem esperar pela meia noite e abrem antes, outros só depois da missa e da fogueira e há ainda quem prefira esperar pela manhã do dia 25. |
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