Se a ideia passar do protótipo à produção, as pessoas com deficiências visuais vão ter mais um objeto de apoio à sua mobilização. Trata-se de um boné desenvolvido no âmbito de um trabalho de mestrado, na área do design têxtil, na UBI, que serve de ajuda à deteção de obstáculos e sinalização sonora dos mesmos.
Trata-se de uma das inovações apresentadas num simpósio que decorreu na academia beirã e que serviu de ponto de discussão sobre este tema. Esta peça conta com dois sensores instalados na frente do boné que se assemelham aos utilizados nos automóveis para servirem de apoio ao estacionamento. Estes sensores assinalam a presença de objetos e fazem sentir isso através de sinais sonoros que os utilizadores dispõem de cada lado do boné. Um objeto desenvolvido a pensar nas pessoas cegas e que vai passar agora a uma fase mais aprofundada de testes.
Na academia apresentaram-se assim alguns trabalhos e propostas para o futuro da ligação dos têxteis e do papel ao design e à indústria. Uma jornada desenvolvida no calendário de atividades da unidade de investigação de materiais têxteis e papeleiros, dirigida por Manuel dos Santos Silva. O responsável lembra que “a sociedade pede às universidades saber que possa ser valorizado. Ficou demonstrado que esta unidade produz saber e que também é capaz de o transferir”. No que diz respeito à interligação com parceiros, o catedrático da academia lembra que “não é fácil o diálogo com a indústria, a alteração de mentalidades e de iniciativas”. Mas, ainda assim, “as apresentações feitas pelos jovens investigadores mostram a excecional qualidade do seu trabalho”, pelo que Santos Silva se mantem confiante no futuro desta área.
Fazer pontes com novos setores como o design e a conceção é um dos objetivos apontados para breve trecho. Para tal “temos de ter mais jovens investigadores”, sublinha aquele responsável.