Apoiar a investigação e a formação nesta área do conhecimento médico são alguns dos aspetos mais relevantes do protocolo agora assinado entre a UBI e a APMGF. Uma das áreas mais críticas da falta de médicos especialistas é precisamente nesta área. Desta forma, a academia beirã desenha agora um leque de atividades, que passam por seminários, investigações e ações de esclarecimento, tendo em vista o encaminhamento de um maior número de alunos de medicina para esta especialidade.
Para Miguel Castelo Branco, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, “este protocolo vem dar substância a uma estratégia que tem por base dois aspetos importantes. Por um lado, a ligação à área profissional da medicina no sentido de nos estruturarmos, de uma forma racional, o doutoramento em medicina, que é uma área nova que a faculdade tem há três anos, e com este protocolo conseguimos consolidar a linha de trabalho que é a da medicina geral e familiar. Isto significa que pretendemos ir à procura da relevância e da importância para os trabalhos de investigação e para a formação dos nossos investigadores. A segunda parte tem a ver com a parceria na formação pós-graduada. A FCS tem apostado na criação de condições para se fazer formação pós-graduada virada para a aprendizagem ao longo da vida, para a aquisição de novas competências, tudo virado para a capacitação dos nossos profissionais de saúde, fator relevante na prestação de cuidados de saúde”.
Para João Queiroz, reitor da academia, “a universidade tem vindo a preocupar-se com o ensino e a investigação, mas também com a abertura à sociedade. Ter ligações cada vez mais fortes com todos os parceiros é o nosso lema. Parece-me que este protocolo vai ajudar a chegar-nos aí”.
O acordo permite à faculdade utilizar os recursos da APMGF em atividades letivas e de investigação clínica e, por outro lado, garante a esta associação o recurso à capacidade científica instalada na UBI. Para além disso, o acordo agora firmado prevê que a FCS desenvolva, designadamente, cursos de pós-graduação em Medicina Geral e Familiar, integrados no programa de doutoramento, sobre economia em saúde, economia do medicamento e produtos de saúde, psicologia das organizações, sociologia da saúde e comunicação na consulta.
João Sequeira Carlos, presidente da APMGF, espera agora estabelecer canais de articulação ao nível da investigação e da formação, entre as duas entidades. Para efeitos práticos “vamos abrir a possibilidade de participação de investigadores da UBI nas nossas atividades como congressos e seminários. Isto deve constituir um fator de motivação”, diz o responsável. Criar um maior estímulo entre os alunos de medicina para uma área que ainda carece de algum reconhecimento por parte dos jovens é outra das metas. “O nosso objetivo final sempre foi o de estimular e motivar os jovens estudantes de medicina para uma área que deverá ser fortalecida com recursos humanos de grande valor. Nós queremos também expandir as nossas linhas de investigação, porque temos também um departamento de investigação nesta área”, reitera.