O futuro do "Velho Continente" foi debatido na UBI no passado dia 14 de Dezembro numa ação desenvolvida no âmbito da semana “Todos somos Europa”. Este evento contou com a presença de Maria José Madeira, docente do Departamento de Gestão e Tecnologia da UBI e, também, membro do parque de empreendedorismo covilhanense, e com Espírito Santo da Silva, um “valioso dinamizador e defensor da região”.
Sob o título “o papel do empreendedorismo”, desenvolveu-se um rol de ideias que podem ser a solução para a recuperação e desenvolvimento do nosso País, sendo que a chave desta evolução está, mais uma vez, nos jovens. Com uma plateia muito reduzida, composta por alunos provenientes da Escola Secundária Campos Melo, Maria José Madeira começou por salientar a necessidade de fazer dos jovens ativos de sucesso para que o nosso País atinja o nível de excelência procurada por todos, uma vez que “por trás de todas as ações existe sempre um homem”. Este ser humano tem de mudar a sua forma de agir, tornando-se “pró-ativo e ganhando um sentimento de oportunidade para perceber quando há um bom negócio à sua frente”.
Além disso, o empreendedorismo social, atualmente muito em voga, procura valorizar, em primeiro lugar, o caráter social de uma profissão e só depois o lucro que esta possa trazer. Para a docente da UBI, o sucesso de um produto “não depende única e exclusivamente do artigo em si, mas também de uma boa estratégia publicitária e de um acesso ao financiamento mais simples e acessível”. Neste sentido, este tipo de premissas guiam-na com o objetivo de “formar jovens empreendedores não só na UBI, como nas universidades da zona centro do País”, casos das universidades de Aveiro e Coimbra.
Por outro lado, Espírito Santo começou por salientar nomes marcantes da região em termos de empreendedorismo como é o caso de Campos de Melo ou de António Duarte Simões. Licenciado em Sociologia pelo ISCTE, e mestre na mesma área pela Universidade Nova de Lisboa, acaba por afirmar que a formação prática é importantíssima e que, no seu caso particular, esta foi feita na própria região da Beira Interior.
Não deixando de salientar que a União Europeia tem de encontrar os “novos Delors” para poder atingir um maior nível de desenvolvimento, já que tudo “é feito à trouxe-mouxe e com uma enorme falta de experiência dos seus dirigentes”, a exposição do docente voltou a incidir principalmente sobre a região central do País, e mais especificamente a Beira Interior. Há uma “enorme quantidade de recursos nesta região ainda por explorar”, acabando por cair no esquecimento o facto de haver “cerca de 160 mil pessoas com disponibilidade para cá trabalhar/ investir”.
Neste sentido, a Beira Interior “precisa de uma reorganização do seu território se quer ter hipótese de criar riqueza”. Espírito Santo ressalvou também que esta região não precisa de se isolar do que a rodeia, podendo ainda ser uma área de complemento das regiões circundantes, sejam elas dentro ou fora do nosso País. O aproveitamento do clima pode ser uma solução futura no tratamento de doenças respiratórias, uma área que tem uma margem de desenvolvimento muito grande e poderá ajudar uma grande parte da população que tem problemas respiratórios.
O docente salientou, uma vez mais, que o “objetivo desta região seria de complementaridade em relação às outras regiões, porque assim esta seria útil e teria outro relevo a nível nacional”. Em jeito de despedida, Espírito Santo ressalvou que iniciativas como esta conferência aberta onde participou podem ser uma boa forma de sensibilização das populações, uma vez que “apenas há falta de liderança”, são precisos uns «Duartes Simões» ou uns «Campos Melo» que indiquem o caminho a seguir”.