Francisco Duarte começa já a ser um veterano nestas andanças. Um dos mentores do Waydip, projeto que tem vindo a ganhar cada vez mais destaque na área da eletromecânica, integra agora a equipa que desenvolveu o RideSafe.
A solução apresentada pela dupla criadora passa por uma película transparente que é aplicada na viseira de um par de óculos utilizados para práticas desportivas como o motocrosse, esqui, BTT e outros. Segundo explica Francisco Duarte, “nestes desportos existe muito a possibilidade de sujar a viseira dos óculos. O utilizador tem de solucionar esta situação “através de desatenções e de riscos”. A inovação agora apresentada pela equipa da RideSafe apresenta-se “simples, mas eficaz”. Esta dupla de engenheiros formados na UBI conseguiu desenvolver um mecanismo que integra um pequeno motor e respetiva bateria junto da viseira dos óculos. O sistema acionado pelo utilizador através de um sistema sem fios, “colocado no volante de motos ou bicicletas, ou num bastão de esqui, conforme, os casos” faz circular a pelicula transparente “limpando assim toda a viseira”.
O RideSafe conquistou os elementos do júri que lhe atribuíram o primeiro lugar neste concurso de inovações. Este tipo de solução “adapta-se a óculos desportivos de qualquer marca e tem uma larga margem de utilização”. Segundo números apresentados pela dupla de mentores do projeto existe um vasto espetro de possíveis clientes espalhados por um conjunto diverso de práticas desportivas. Daí que este reconhecimento no concurso vá ajudar “a algumas ações que estão já a ser desenvolvidas no sentido de comercializar esta invenção”. Quanto ao segundo lugar foi conquistado pelo projeto PCL, que acabou também por vencer o prémio de empreendedorismo feminino. Trata-se de um laboratório de medicamentos manipulados, dirigido por Ana e Rita Palmeira de Oliveira. Duas irmãs que são agora também o rosto desta empresa spin-off que “tem como ponto de diferenciação, a dinâmica própria que imprime no seu meio”. Segundo as mentoras deste projeto, que atualmente desenvolvem teses de doutoramento na UBI, “a ideia nasceu de uma necessidade de mercado, uma vez que os medicamentos manipulados existem, têm uma cota de mercado que não se prevê que diminua e existem dificuldades na disponibilidade de medicamentos manipulados no mercado”. Segundo as vencedoras da vertente feminina, outra das grandes vantagens da PCL é “estar acessível às farmácias comunitárias e hospitalares, estar acessíveis a instituições que necessitem de medicamentos manipulados, mas também estar em ligação direta com a investigação, com as empresas, com a indústria farmacêutica. Este laboratório faz o passo de transferência entre a investigação e a indústria”, rematam.
Ana Paula Duarte, vice-reitora para a Investigação e responsável por este tipo de iniciativas, destaca uma vez mais a aposta da academia neste tipo de eventos. Segundo a responsável “é notória a participação de empreendedores neste tipo de atividades e também a diversificação dos projetos a concurso”. Este ano, o WinUBI apresentou esta edição de Inverno, ficando também reservada para os próximos meses, mais uma edição. Para além do RideSafe e do PCL, participaram ainda os projetos EndoSim, WindCare, LigU e To Transport.