Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Teatro performativo na Covilhã
· quarta, 7 de dezembro de 2011 · O auditório do Teatro das Beiras voltou a abrir as suas portas para receber na Covilhã o festival 1º ANDAR, com a mostra de criadores emergentes 2011: No Digital foi a peça que abriu o festival. |
No Digital |
21975 visitas No Digital, uma peça inquietante que conta a história de cartas escritas por vários membros de uma família, foi a peça apresentada no dia 29 de Novembro no auditório do Teatro das Beiras. A peça é criada e interpretada por Tiago Cadete e Raquel André, antigos estudantes da Escola Superior de Teatro, que a descrevem como um trabalho sobre cartas: "as que encontrámos, as que não escrevemos, as que queriamos ter escrito, as que chegámos a escrever, as que nos escrevem, as que estamos à espera, as que nunca vamos receber e sobre aquelas que ainda hoje guardamos", dizem os autores. O cenário, composto por 649 sacos de plástico com cartas no seu interior, remete os espectadores para os anos 70, 80 e 90. Um ecrã situado no lado esquerdo da sala, inicia a peça com a apresentação de uma família, em que todos os membros se chamam Tiago e Raquel, forma que os criadores arranjaram para proteger a identidade das pessoas em questão. Seguiu-se a leitura de duas cartas, uma do período do pós 25 de Abril, outra enviada à filha, a viver na Bolívia, lidas em simultâneo, gravadas por duas câmaras e apresentadas também em formato digital. O resto da peça é acompanhada fundamentalmente por som, sobretudo The Beatles, e pela representação dos intérpretes, feita em silêncio. No final da peça os atores conversaram com o público, esclarecendo algumas partes da peça que poderiam ser de mais dificil compreensão. "Em 2009, eram lidas muitas mais cartas, o espectador chegava a ter um conhecimento maior das cartas, nesta última abordagem queriamos que tivessem a mesma impossibilidade que nós tivemos, que era conhecer as cartas todas, e tê-las lido.", conta Tiago Cadete, acerca do excessivo número de cartas. "Cada carta não é só uma carta, é um universo dentro da carta, várias personagens, várias informações, que nós começamos por organizar, mas foi muito complicado.", refere Raquel André, quando se deparou com as cartas, e quando estava a fazer o projeto final de curso. Os autores ponderam pôr um fim a esta peça, que os tem vindo a acompanhar desde a sua estreia, em 2009. |
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