Os valores das taxas foram mantidos em segredo pelo executivo de Passos Coelho. Contudo, a dias da implementação das portagens, o Diário da República trouxe a abrangência desta medida para as populações. A A-23 ficará uma das mais caras autoestradas portuguesas, tal como a A-24.
A partir de quinta-feira, 8, por cada quilómetro percorrido na A-23, o utilizador pagará nove cêntimos. Um valor que se traduz em 19,30 euros, a pagar para um veículo de Classe 1, que percorra os 214,5 quilómetros desta via, ligando a Guarda a Torres Noves. Em termos comparativos, a mais importante via rodoviária nacional, a autoestrada 1 (A1), tem uma extensão paga de 271 quilómetros, que ligam a capital à segunda maior cidade do Pais, o Porto. Um percurso que apresenta um custo de 19,95 euros e que representa assim um gasto de sete cêntimos por quilómetro.
A fatura agrava-se quando se passa para a infraestrutura rodoviária que liga Chaves a Vilar do Monte. Na A-24, este percurso custará ao seu utilizador a módica quantia de 14 euros, um total de 11 cêntimos por quilómetro. Já no caso da A-25, a ligação entre Albergaria-a-Velha e Vilar Formoso representará um custo total de 15,65 euros, o que representa um custo de oito cêntimos por quilómetro.
Empresários e movimentos cívicos continuam a mostrar o seu descontentamento por estas medidas. Na passada semana a A-23 foi “bloqueada” por alguns minutos, em mais uma ação de protesto do Movimento Contra as Portagens na A-23. Outras formas de protesto estão também agora em análise. Nos próximos tempos podem surgiu “ações ainda mais notórias que esta”. Os membros deste organismo lembram a forma “injustiça” desta decisão governamental. No mesmo tom estão os empresários da região que vieram já anunciar a sua decisão de sentar nos bancos dos tribunais os membros de executivo social-democrata que conduz os destinos de Portugal. Para o conjunto de empresários da região, a medida agora a ser implementada constituiu “uma machadada na vida de empresas na região”. As expetativas criadas junto dos empresários “são agora goradas e por isso a alternativa é deslocar a atividade para a zona litoral”.
Em termos políticos, o PCP e a Juventude Socialista têm vindo a mostrar o seu descontentamento. Estes órgãos partidários mostram-se totalmente contrários à aplicação desta medida. Também o presidente da Câmara do Fundão, Manuel Frexes, mostrou o seu descontentamento perante as portagens. Para o também social-democrata, esta é “uma derrota e uma injustiça”, avançou à Rádio Cova da Beira. Frexes diz que esta é “uma das medidas mais gravosas para a nossa região e é profundamente injusta”, remata.