O PCP da Covilhã mostra-se solidário com os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã. Em nota enviada à Comunicação Social, esta força política “condena a atitude do provedor da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, Carlos Casteleiro, ao pretender impor sacrifícios aos 130 trabalhadores com um corte de dez por cento dos salários e cortar os subsídios de Natal e Férias durante 26 meses”.
Na passada semana, Carlos Casteleiro deu a conhecer a situação financeira da instituição. O médico covilhanense que tomou posse a 29 de Outubro, alerta para alguns problemas de gestão, no passado conduziram a este cenário. Ao que tudo indica, a falta de liquidez da santa casa é de tal ordem que os vencimentos dos últimos meses foram pagos graças a um elemento da administração que adiantou as verbas para tal. O novo provedor garante que tudo está a ser feito de acordo com os trabalhadores e qualquer decisão deverá ser tomada “com o acordo destes”. Numa época em que se acumulam dívidas à banca e falta de rentabilidade, a solução premente parece então passar pela redução de salários e suspensão do pagamento de subsídios. Tudo para evitar despedimentos entre os 130 trabalhadores da instituição que tem infantários, lar de idosos e centro de diagnóstico.
Mas quem não tem a mesma posição é o PCP que diz ser “inaceitável o corte nos salários dos trabalhadores, na sua maioria muito próximos do salário mínimo nacional, e sob a ameaça de despedimento de 30 a 40 trabalhadores, se os trabalhadores não aceitarem a ‘doação’ de parte do salário à SCMC, como designou a administração”, diz o comunicado. Os comunistas lembram que “os trabalhadores não tiveram nenhuma responsabilidade na situação em que se encontra a instituição e, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública Sul e Açores ‘já estão involuntariamente a doar à Santa Casa, uma vez que as tabelas salariais não são actualizadas desde 1 de Janeiro de 2010’”.
A posição de protesto chegou já à Assembleia da República, através do grupo parlamentar comunista, que questionou o Governo, através do Ministério da Economia e do Emprego e do Ministério da Solidariedade Social sobre a situação em que se encontra a Santa Casa da Misericórdia da Covilhã e se reconhece que a atual situação da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã pode colocar em causa a prestação do actual apoio à infância e aos idosos do concelho. Uma interpelação composta também por questões como “o Governo tem pagamentos em atraso à Santa Casa da Misericórdia da Covilhã? Em caso afirmativo, qual o montante e quando pretende efectuar os pagamentos em atraso? e Que medidas vai o Governo tomar para assegurar o cumprimento dos direitos dos trabalhadores, sobretudo no que se refere à matéria salarial e terminar com a coacção exercida sobre os trabalhadores para aceitarem o corte nas remunerações?”.
Para os membros da concelhia, a solução poderá passar “pela negociação para a redução do preço dos combustíveis, da energia, da água e das comunicações, bem como a renegociação das dívidas à banca quer nos prazos, quer nos montantes quer ainda na taxa de juro e, a recuperação de dívidas do Estado à SCMC caso elas existam”.