Com a promulgação do diploma pelo Presidente da República, as autoestradas da Beira Interior passam a ser taxadas. As portagens começam a ser pagas diretamente pelos utentes, a partir do próximo dia 8 de dezembro.
Depois de vários meses de adiamentos, as taxas entram em vigor na A23, A24 e A25. Uma medida que se estende também à Via do Infante, no Algarve. A publicação do decreto-lei que rege esta medida foi feita no Diário da República, da passada segunda-feira, 28. A partir de 8 de dezembro, a empresa Estradas de Portugal estará agora encarregada de gerir o sistema de cobrança destas taxas através dos pórticos instalados em diferentes secções das referidas vias.
No decreto-lei pode ler-se esta decisão governamental surge daquilo que são “os princípios da universalidade e do utilizador pagador que garantem uma maior equidade e justiça social, bem como permitem um incremento das verbas obtidas com a exploração das infra -estruturas rodoviárias”. Uma justificação há muito repudiada por movimentos cívicos contra as portagens, por empresários, autarcas e demais organizações com sede nesta parte do território.
Mesmo com a decisão anunciada, o Movimento Contra as Portagens não baixa os braços e pretende continuar a denunciar “uma situação injusta”. Nesse sentido, para o próximo dia 2 de dezembro, está marcada uma ação de protesto, na cidade de Viseu. A marcha-lenta pela A25 vai partir da Rotunda Europa, na cidade de Viseu, pelas 17 horas e pretende “entupir” a autoestrada, em sinal de protesto. Também o movimento de empresários da Beira Interior diz estar-se perante uma situação limite. Com a implementação destas taxas, muitas são as empresas que confessam a intenção de despedir funcionários ou deslocalizar as suas instalações para outras paragens. Daí que este movimento vá mais longe e pretenda agora levar o Estado e os membros do executivo governamental à barra dos tribunais. Isto porque, segundo Luís Veiga, um dos membros deste movimento, "os empresários exigem indemnizações pela frustração de negócios e lucros cessantes". Um processo para avançar já, tal como as portagens.