A C’a Tuna aos Saltos foi a grande organizadora e anfitriã do “I Medicalis – Festival de Tunas Femininas da Universidade da Beira Interior”, que se realizou no passado dia 26 de Novembro, no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde, pelas 21 horas.
A Magister, ou seja a presidente da C’a Tuna aos Saltos, Cátia Moreira, explica que “não se sai de uma tuna”, mas como irá abandonar a faculdade quis organizar um festival de forma a “mostrar o nosso trabalho, sem ser em iniciativas só para estudantes. Foi nesse âmbito, promover uma maior abertura à comunidade, que surgiu este festival”.
A concurso estiveram tunas de diversos pontos do país, a Ftuna – Tuna Feminina do Instituto Politécnico da Guarda, a TFB – Tuna Feminina de Biomédicas (Porto), a Sirigaitas – Tuna Feminina da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, e a Tuninfas – Tuna Feminina do Instituto Politécnico de Portalegre.
Sirigaitas, tuna do Porto, foi a grande vencedora, pois dos oito prémios a concurso, arrecadou quatro: “Melhor Tuna”, “Melhor Estandarte”, “Melhor Pandeireta” e “Melhor Instrumental”. Eva Mendes, Magister da tuna Sirigaitas, confessa que “saímos daqui com o coração mesmo cheio”, e em relação à Covilhã, considera ser “uma cidade muito acolhedora na qual fomos muito bem recebidas”.
A Ftuna ganhou distinção com os prémios de “Melhor Solista” e “Melhor original”, enquanto a TFB se destacou pelo título de “Melhor Passa Calles”, e a Tuninfas pelo “Tuna Mais Tuna”. A Magister da C’a Tuna aos Saltos, Cátia Moreira, mostrava-se surpreendida com o sucesso do evento. “O anfiteatro esteve cheio no primeiro festival, mesmo com uma presença significativa de familiares das tunantes que não são da região, o público presente foi maioritariamente constituído por covilhanenses”.“A actuação foi espectacular, são das melhores tunas femininas do país, as mais requisitadas e portanto foi uma vitória para nós termos conseguido trazê-las até à Covilhã”, garantiu. Relativamente ao repertório “houve uma valorização da música portuguesa, pois todas as tunas tocaram em português” reforça Cátia Moreira.
Entre cantorias, pandeiretas, violas e saltos, ainda se ouviu um pouco de fado, como forma de tributo ao género, considerado agora Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. O festival proporcionou ainda uma actuação surpresa, que divertiu o público com um Flash Mob. Segundo Cátia Moreira, ainda se organizou uma iniciativa para o banco alimentar, para a qual “muita gente contribuiu”.
Reinaldo Vieira, de Vila Nova de Gaia, que veio assistir ao espectáculo uma vez que a sua filha é tunante na C’a Tuna aos Saltos, considera o festival “muito interessante, gostei imenso, pela genialidade e entusiasmo”. O evento foi apadrinhado pela Tuna Mus – Tuna Médica da Universidade da Beira Interior. Luís Cardoso, Vice-Magister da tuna, refere que a iniciativa de fazer o I Medicalis partiu da “C’a Tuna aos Saltos” e “apoiámos em tudo o que foi necessário”. “As nossas afilhadas estão de parabéns, as tunas fizeram uma actuação excelente e a opinião do público em geral é satisfatória. Tudo correu bem em termos de organização e logística”. Em termos de qualidade musical mostra-se mais que satisfeito, salientando que “houve uma grande evolução da C’a Tuna aos Saltos”. O Presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, deu o seu parecer positivo por escrito, considerando a iniciativa como “uma oportunidade única de convívio académico e singular no feminino”. “A singularidade de género será também sinónimo de uma riqueza cultural e sentimento de tradição académica singular o que conferirá, ao evento uma mais valia e importância únicas”, ressaltou Carlos Pinto.