Há mais de 500 anos, cruzar o Atlântico em busca de melhores oportunidades sempre fez parte da vida de milhões de portugueses e brasileiros. São muitas as razões que explicam essa preferência, da facilidade do idioma à integração quase sempre imediata e fraternal.

Ao contrário das décadas de 1980 e 1990, quando os brasileiros encontraram em Portugal uma saída para a profunda crise que assolava o Brasil, agora são milhares de portugueses que descobrem as grandes oportunidades do “além mar” para se empregar e empreender.

Desde a chegada dos retornados, durante a Guerra do Ultramar e após o 25 de Abril, que a colônia portuguesa não crescia tanto no país. Até dezembro de 2010, o Ministério da Justiça registrava a presença de 276.703 pessoas. Em junho passado, o número havia crescido para 328.856. Os bolivianos ocupam o segundo lugar, com 50.640 autorizações.

A nova força da comunidade lusa no Brasil também ficou evidente nas últimas eleições legislativas. A abstenção caiu pela metade (em relação a 2009) e o país contribuiu com 7.934 votos, passando a representar 53% do eleitorado do Círculo Fora da Europa.

Da mesma forma, os brasileiros também seguem formando o maior grupo imigrante em Portugal. Segundo o relatório de 2010 do SEF, viviam no país 119.393 pessoas até dezembro (3.143 a mais em relação ao ano anterior), representando 27% do total de estrangeiros.