Esta iniciativa foi organizada pela Universidade da Beira Interior e pela APSA, uma Instituição Particular de Solidariedade Social com intervenção no âmbito desta doença.
A APSA é uma IPSS sem fins lucrativos que tem por missão promover a integração social, escolar, familiar e profissional dos portadores da Síndrome de Asperger, investindo no desenvolvimento da sua autonomia e favorecendo as condições para uma vida com mais qualidade e dignidade.
O objectivo primordial da APSA é estar “próxima das famílias, apoiá-las e ajudá-las a aceitar e a encontrar o caminho que todos temos de percorrer, na busca de condições que permitam a total integração dos seus filhos na sociedade”.
Para falar do Síndrome de Asperger, a sessão contou com a presença de vários oradores, de que se destacam Nuno Lobo Antunes, actualmente Director Médico e Coordenador das áreas de Neurodesenvolvimento e Neurologia do CADIn – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil, sediado em Cascais.
O CADIn é um centro de apoio às crianças com Asperger, ou patologias semelhantes, e pretende que as famílias com poucos recursos económicos possam recorrer à Bolsa Social. A Bolsa Social tem como função dar apoio às crianças inseridas em famílias com baixos índices sócio-económicos e incapazes de suportar os custos dos serviços prestados pelo CADIn.
Em Portugal há cerca de 100.00 crianças com alterações do desenvolvimento. A Síndrome de Asperger (SA) é uma perturbação neurocomportamental do espectro do autismo, de base genética, que se manifesta por alterações na interacção social, na comunicação e no comportamento. Embora seja uma disfunção com origem num funcionamento cerebral particular, não existe marcador biológico, pelo que o diagnóstico se baseia num conjunto de critérios comportamentais.
Alguns sintomas dos portadores desta síndrome são “dificuldade de interação social, dificuldades em processar e expressar emoções (o que leva outras pessoas a pensar que eles não sentem empatia), interpretação muito literal da linguagem e dificuldade com mudanças”, explicou Nuno Lobo Antunes”.
O apoio a estas crianças, que muitas vezes apresentam dificuldades em múltiplas áreas, “deverá ser realizado em centros capazes de integrar técnicos de diferentes especialidades, da Neurologia e Psiquiatria ao desenvolvimento, da terapia da fala à intervenção psico-pedagógica”, defendeu Lobo Antunes