A nova divisão administrativa do território foi um dos assuntos a ganhar destaque na primeira sessão de trabalhos organizada pela concelhia covilhanense do Partido Socialista. O evento que decorreu no Hotel Turismo contou com a participação de Pires Manso, catedrático do Departamento de Gestão e Economia da UBI.
Um evento que serviu para debater algumas temáticas relacionadas com as políticas locais, mas também trazer para as lides políticas “pessoas que não queriam estar associadas a nenhum partido”, começa por explicar Miguel Nascimento, presidente da concelhia covilhanense. O Hotel Turismo serviu de palco a este debate que se desenvolveu em torno da possível fusão de freguesias e mudanças de concelhos.
Para o catedrático de Gestão, as mudanças que o atual governo pretende implementar no mapa administrativo português podem vir a provocar um conjunto de perturbações. Pires Manso lembra que este tipo de ações, “ao contrário do que possa parecer”, apresenta também um outro prisma, “abrindo a porta à recandidatura de muitos políticos que estão já terminar o limite dos seus mandatos, nestas novas freguesias”. O catedrático lembra que a reforma da administração local pode abrir portas a este tipo de estratégia. Para além disso, “esta reforma vai gerar muita controvérsia e ressuscitar velhos ódios adormecidos”. O diretor do Observatório sublinha que a possibilidade de um município se sobrepor a outro, de uma freguesia anexar outra, pode originar este tipo de situações.
Outro dos presentes a mostrar o seu descontentamento foi Joaquim Morão. O presidente da Federação Distrital do PS e presidente da Câmara de Castelo Branco sublinha que este tipo de medidas acaba por mostrar “quem não conhece o território e tem uma grande insensibilidade para as questões do interior”.
Este foi o primeiro evento realizado no âmbito da Fábrica das Ideias. A concelhia socialista espera assim “trazer para a discussão pública, alguns contributos de pessoas independentes, que não pretendem estar filiadas em nenhum partido, mas que querem ter uma palavra no desenvolvimento da sua terra”, diz Miguel Nascimento.