Criada em 1872, a Companhia Ferro-Carril de Santa Teresa é uma das últimas operações comerciais de bondes do Brasil. Meio de transporte muito popular nas capitais do país até a década de 1950, acabou quase que totalmente substituído pelos autocarros.

Os bondes de Santa Teresa sobreviveram graças à dedicação dos moradores do bairro que servem e ao aproveitamento turístico. Mas duas tragédias colocaram o sistema em dúvida. Em junho passado, um turista francês morreu após desequilibrar-se e cair dos Arcos da Lapa. Dois meses depois, um capotamento matou o condutor e cinco passageiros, além de deixar dezenas de feridos.

Paralisado desde então, o serviço foi avaliado recentemente por engenheiros portugueses da Carris, reconhecidos como grandes especialistas em elétricos e com muita experiência em condições extremas de utilização, como curvas e rampas acentuadas.

Os problemas detectados não foram poucos: carros sem manutenção, trilhos irregulares, muretas inacabadas, curvas muito apertadas, ruas estreitas, altura inadequada da via aérea em alguns trechos, falhas nas garagens, entre outras questões menores.

Diante do diagnóstico, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, estará em Lisboa nesta quarta-feira (02/11) para assinar um termo de cooperação técnica visando que toda a tecnologia da Carris seja aplicada ao sistema carioca.

“Vamos oficializar esta parceria. Os bondes de Santa Teresa são um patrimônio do Rio e voltarão a funcionar modernizados, com a tecnologia dos elétricos de Lisboa, dando à nossa população e também aos milhões de turistas que nos visitam todos os anos a dignidade e o conforto que eles merecem”, destacou o governante.