“A Covilhã está ao mesmo nível de Lisboa no que toca à gravidade da violência contra mulheres”, referiu Graça Rojão na sessão que assinalou o Dia Municipal da Igualdade de Género. Na sessão que decorreu no passado dia 24 de Outubro, a coordenadora da Coolabora (programa Violência Zero) revelou ainda que em 68 por cento dos casos, o agressor é o marido e  que 72 por cento das agressões ocorrem na residência do casal. No que diz respeito às vítimas, 53,3 por cento têm entre 34 e 64 anos, 65.4 por cento têm filhos a seu cargo, 31.9 por cento são desempregadas, mas apenas 6.9% destas recebem subsídio.

A diminuição destes números está a educação. “Portugal terá que ter políticas mais proactivas, apostar em ações de sensibilização nas escolas, como jogos pedagógicos, debates, passagem de informação nas redes sociais que recaiam sobre este assunto, e deverá ainda repensar nos momentos de intervenção da vítima”, disse Medina Martins, presidente da Plataforma Portuguesa dos Direitos das Mulheres. Segundo a responsável da Plataforma, é no momento da denúncia que a vítima corre mais perigo, por isso “é necessário que as instituições pensem na perspetiva da vítima, e que se criem novos serviços de retaguarda, pois em Portugal existem 32 abrigos que quase sempre estão cheios”. Medina Martins alertou para a necessidade de criação de uma linguagem única e comum dentro da União Europeia que vise uma maior agilização de processos e de convenções na defesa dos direitos humanos, de modo a facilitar os custos e procedimentos morosos. A presidente da Plataforma destacou ainda que, para além das questões sociais e pessoais, a violência doméstica tem grande impacto nas economias.

Cientes da importância da sensibilização para as questões relacionadas com a violência, no dia 17 de Novembro a Coolabora estará no infantário Bolinha de Neve da Covilhã para uma ação de formação intitulada “Educar sem bater”.