“Paradigmas da Arte Contemporânea” é a mais recente obra do consagrado artista covilhanense, Artur Aleixo, que “expõe obras de artistas de relevo regional e local, bem como do panorama nacional e internacional”. Bernardino Gata, responsável pela apresentação do autor e da obra, deu início à cerimónia destacando: “Este livro não se lê, contempla-se. No livro, Artur Aleixo aporta a sua visão sobre a teoria estética da arte contemporânea e em simultâneo critica aqueles que fazem arte que não é arte, ou seja, fundamentada apenas pelo espectáculo do mediatismo, direccionada para as massas para a obtenção de lucro, afastando-se assim do Belo e do Sublime, qualidades que se exigem na obra de arte”.
Artur Aleixo ressaltou ainda outra questão que o seu trabalho procura veicular: “O que ele exprime é a luta contra um certo relativismo que está a conquistar a sociedade; algum culto do que é efémero e vende porque é proclamado”. Bernardino Gata mostra o seu parecer positivo face ao evento cultural, garantindo ser “uma forma excelente de manifestação da parceria entre a instituição municipal e a criação, o constante apadrinhamento cultural, por parte do Presidente da Câmara Municipal - Carlos Pinto, das obras literárias, bem como de outras obras de arte, no salão do município”.
Durante a apresentação, Bernardino Gata teceu grandes elogios a Artur Aleixo, que referiu ser “a man for all seasons”, que o próprio traduz como “um homem multifacetado por ser professor, filósofo, artista da pintura e da escultura, empresário e criador”. Enaltecendo o artista pelo “espírito de inconformismo perante o seu trabalho, por querer sempre mais” e o facto de “cultivar a dualidade do espírito e da matéria”.
De acordo com Artur Aleixo, o livro “é uma oportunidade para divulgar excelentes artistas, alguns dos quais não têm possibilidade de divulgar o que criam”. Artur Aleixo, explica que a obra “foi um livro no qual me envolvi muito, que me deu imenso trabalho, mas que me deu uma grande satisfação pela sua qualidade”.
Na perspectiva do autor, a obra “Paradigmas da Arte contemporânea”, “é um trabalho de referência, que nasce do intuito de dar a conhecer a arte que se faz, não só na Covilhã como em todo o mundo”. Permite que “pintores, escultores e fotógrafos se sirvam dela como instrumento de comunicação e de trabalho. É, portanto, uma obra que pode divulgar a arte da nossa região em todo o mundo”. “A arte é algo que ultrapassa o carácter efémero das coisas, porque nos dá algo que perdura”. Apela à questão de “nos esquecermos que para além de consumidores de bens materiais, somos consumidores de bens espirituais e a arte nesse sentido é algo que nos dá afecto, sonho, ilusão transporta-nos para o mundo do divino e do sobrenatural, fazendo-nos viver e sentir”, reforçou Artur Aleixo.
O Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Carlos Pinto, faz um balanço da “sucessão de obras e trabalhos que vamos tendo na Covilhã, no domínio da pintura, escultura e também da música” e coloca a hipótese de “se lançar na cidade uma bienal de arte, pintura e escultura”, um acontecimento cultural que decorre a cada dois anos.
No final da sessão, o público teve a oportunidade de adquirir, gratuitamente, um exemplar autografado pelo artista. O evento terminou com uma visita à exposição de peças dos artistas referenciados no livro, na galeria Paradigma Art Gallery, situada na Rua Marquês d’Ávila e Bolama, onde se reservou, ainda, espaço para um “Zimbro de Honra”.