A formação médica foi uma das principais conquistas da Universidade da Beira Interior, nos últimos tempos. Sublinhar o percurso realizado ao longo da primeira década, por esta unidade, foi um dos objetivos das comemorações dos dez anos da faculdade.
No passado sábado, 15 de Outubro, um leque de atividades serviram para lembrar o trajeto percorrido por esta faculdade e as linhas orientadoras para o futuro. Este evento reuniu os antigos reitores da UBI e o atual responsável máximo pela academia, o presidente da faculdade, mas também antigos e atuais alunos. João Queiroz começou a sua intervenção, por lembrar a sua passagem pela presidente da FCS. “Foram quase sete anos de momentos inesquecíveis, com muito trabalho, dedicação e partilha”. Momentos que para o atual reitor da academia beirã “serviram para construir este projeto que tem vindo a imprimir um ritmo assinalável no desenvolvimento de recursos humanos, nos domínios da saúde, a nível nacional, pautado por alterações profundas a nível médico permitindo renovar o ensino da medicina”.
No conjunto de aspetos importantes destacados por Queiroz “a formação em medicina na UBI começa por destacar-se logo pelo seu projeto inicial, que se assumiu como um grande desafio para todas as partes”. As novas metodologias pedagógicas, adotadas pela faculdade, “ainda hoje são de caráter inovador no contexto de aprendizagem da medicina centrada no estudante e na autoaprendizagem assumindo o docente um papel de apoio”. Para além de uma diferenciação em termos comparativos com outras academias, isto permite aos alunos da UBI “a aquisição de competências para que continuem a interiorizar conhecimentos ao longo da vida”. Neste sentido, o reitor da UBI aponta como elementos primordiais destes dez anos, a perfeita integração da faculdade na UBI, o salto qualitativo em termos de investigação, e as parcerias promovidas graças às iniciativas desenvolvidas no seio da FCS. Neste caso, “e a título de exemplo, a relação com as empresas passou de um paradigma de prestação de serviços, para um paradigma de colaboração institucional orientado para a multiplicação de sinergias que beneficiam as duas partes”.
Para o futuro, Queiroz fez questão de destacar o projeto Inovida. Uma iniciativa que prevê a criação de uma rede de instituições em torno desta área, que será liderada pela UBI e que vai “centrar-se na investigação e na transferência tecnológica que passam para um patamar mais exigente e rigoroso, em prol da população e da sua qualidade de vida”. João Queiroz considera este “um dos projetos vitais para o desenvolvimento regional dos próximos anos”.
O UBIMedical, em fase de arranque da construção, “será uma estrutura equiparável ao que de melhor se faz na Europa, com a capacidade de atração de recursos humanos, uma vez que nenhuma região se desenvolve sem que a sua massa crítica tenha capacidade de ampliar o seu conhecimento. Estou convicto quer este será um projeto inovador e diferenciador no panorama nacional e internacional. Para além de ciência propõe ainda uma cultura de empreendedorismo. Este projeto espelha bem o que a UBI é capaz de produzir”. O reitor da academia atesta que com apenas dez anos, na área da Saúde, “temo-nos afirmado como uma área de excelência em que a faculdade vai, hoje, muito além da medicina”.
Num outro contexto, Miguel Castelo Branco, presidente da FCS, sublinha que “a faculdade vai continuar na sua dinâmica, com o esforço de criar bons profissionais, que tenham níveis de competência cada vez mais elevados, capazes de responder às necessidades”. No leque de formações de compõem a faculdade, existem cursos tecnológicos com desenvolvimentos de investigação e “a nossa aposta passa por dar relevância a que se crie cada vez mais riqueza através de conhecimento e transferência deste para as empresas”.
Criar um nicho de base tecnológica nesta região, com enfoque no setor da saúde e continuar o desafio de lecionar e formar de forma qualitativa é outra das aspirações futuras deste responsável. Para tal, “estamos a criar uma nova dinâmica na área da investigação cervo-vascular, aproveitando todos os recursos da região, e as escolas de saúde, para juntamente connosco criar um conjunto de investigação neste setor. Contamos promover, em breve uma reunião científica nesta área”, diz Castelo Branco. O presidente da FCS classifica-a como um dos pilares centrais da UBI e espera que o futuro passe também pelo alargamento de projetos com as diferentes faculdades.